Terminou o Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã. Foi a décima terceira edição do Sínodo Ordinário, desde que foi restaurado pelo Papa Paulo VI, após o Concílio Vaticano II
Terminou o Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã. Foi a décima terceira edição do Sínodo Ordinário, desde que foi restaurado pelo Papa Paulo VI, após o Concílio Vaticano IIOs temas, escolhidos pessoalmente pelo Santo Padre, tiveram sempre grande relevância para a ação pastoral da Igreja. De particular interesse foi o terceiro Sínodo, em 1974, o último de Paulo VI, que resultou na Exortação apostólica, Evangelii Nuntiandi, um precioso documento que deu novo impulso evangelizador à Igreja. Também este último Sínodo foi convocado para infundir vitalidade às comunidades cristãs e para dar respostas concretas às muitas perguntas que surgem hoje na Igreja, no que diz respeito à sua capacidade de evangelizar. Provavelmente só no próximo ano é que vamos ter uma Exortação apostólica de Bento XVI com a sua leitura das conclusões dos padres sinodais. E agora, o que é que vai mudar? Perguntam as pessoas. as expectativas são sempre altas, mas a mudança é sempre difícil. Mais do que nunca se sente a necessidade de novos instrumentos e novas expressões para tornar compreensível a Palavra de Deus nos ambientes da vida do homem contemporâneo. Sabemos, porém, que se não houver a renovação das estruturas pastorais e sobretudo se não houver mudanças na mente e no coração das pessoas, de pouco servirá tal documento. Para vinho novo, odres novos!, diz-nos o Evangelho. É compreensível o interesse que o Sínodo despertou. Há templos vazios que questionam a Igreja. Há necessidade de falar uma linguagem que tenha em conta as novas gerações. Há que propor uma evangelização que ajude as pessoas a encontrarem-se pessoalmente com Jesus, fonte de toda a novidade. a fé cristã não é um tratado filosófico, é um seguimento de Jesus, é um tornar-se discípulos do único Mestre. Citando o pensamento do bispo antónio Couto, precisamos todos, a começar pelos evangelizadores, de uma grandíssima reforma de vida, uma grandíssima conversão ao estilo de Jesus. Jesus era um homem feliz, pobre, despojado, ousado, próximo e dedicado. Esse tem de ser o estilo do evangelizador. Se nós tivermos evangelizadores assim, audazes, testemunhas verdadeiras, pura transparência de Jesus Cristo, não tenho dúvidas que a mensagem passará. Se formos desfigurados e o nosso rosto não for o de testemunhas verdadeiras, se não for claro que seguimos a mensagem que Ele nos deixou, o Evangelho não passa e continuará a não passar. Mais do que as ideias é o testemunho que convence. Esperamos pois que o Sínodo ajude a Igreja a abrir-se cada vez mais à sociedade. Que não caia na tentação de entrar em proselitismos ou condenações absurdas, mas que se apresente ao mundo desarmada, acolhedora e dialogante. Que saiba construir pontes para poder passar para o outro lado do rio. Que adote uma linguagem que desperte no mundo otimismo e esperança, promova um novo ardor missionário como resposta aos novos desafios da história e suscite novas atitudes, sobretudo para com os mais desfavorecidos da sociedade.