Igreja Católica tem dimensão e uma capacidade de intervenção no terreno como nenhuma outra instituição. Uma abrangência que se torna maior do que a rede de consulados e embaixadas portuguesas, referiu o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas
Igreja Católica tem dimensão e uma capacidade de intervenção no terreno como nenhuma outra instituição. Uma abrangência que se torna maior do que a rede de consulados e embaixadas portuguesas, referiu o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas a Igreja Católica consegue ter uma maior cobertura do que os consulados portugueses, defendeu José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, durante um encontro de promotores socioculturais que trabalham nas comunidades lusas, dentro e fora da Europa, esta sexta-feira, 2 de novembro, em Fátima. Renovo à Igreja Católica este desejo de prosseguirmos esta colaboração, porque eu sei perfeitamente que não há nenhuma instituição com a capacidade de intervenção no terreno e com a dimensão que tem a Igreja Católica. Eu diria, que na Europa, vai muito para além da nossa própria rede consolar, admitiu o representante do governo português.

Referindo-se ao fenómeno das migrações como um facto extraordinariamente complexo, José Cesário falou de uma realidade que não é simples. Durante a sessão de abertura do encontro, no Hotel Pax, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse que o governo tem de contribuir para que as pessoas consigam construir as suas vidas no local que desejam, admitindo, também, que há muitos que são obrigados a emigrar e outros que ambicionam sair para poderem singrar na vida.

a nossa função, de quem está no governo, seja um governo central ou um governo local, é, em primeiro lugar, contribuir para a felicidade das pessoas. Procurar que as pessoas sejam capazes de ser felizes na sua terra, onde estão. Serem capazes de ganhar o seu pão exatamente onde desejam, referiu José Cesário.

Jorge Ortiga, arcebispo de Braga e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana também participou na sessão de abertura do encontro que se vai prolongar até domingo, 4 de novembro. Durante a sua intervenção, o prelado destacou o papel da história no setor das migrações. a história é mestra da vida. O que existe, aquilo que foi feito deve tornar-se luz para o muito que teremos ainda de efetuar, referiu. Francisco Sales, diretor da Obra Católica Portuguesa de Migrações, alertou para o problema que algumas comunidades enfrentam no estrangeiro por estarem demasiado afastadas dos consulados. Com o redimensionamento da rede consular que o Estado tem estado a fazer, muitas comunidades ficaram a grandes distâncias dos consulados e das embaixadas, disse o sacerdote, sublinhando que chegou a altura do Estado procurar a descentralização [dos seus serviços] e aproveitar as redes que estão no terreno, como é o caso das Missões Católicas. Os trabalhos do encontro incluem vários painéis sobre o tema central Conhecimento e partilha da realidade: Identificação de potencialidades e necessidades’. João Duque e João Ferreira do amaral, ambos economistas, vão falar, no sábado, sobre Portugal depois da crise’.