Dar es Salaam é uma cidade situada na costa do oceano indiano. No litoral abundam os faróis. Não muito longe do mar. Num território roubado à selva e subdividido pelo governo em milhares de lotes, surgiu um novo farol, mas diferente
Dar es Salaam é uma cidade situada na costa do oceano indiano. No litoral abundam os faróis. Não muito longe do mar. Num território roubado à selva e subdividido pelo governo em milhares de lotes, surgiu um novo farol, mas diferente a luz deste novo farol não é para ajudar os pescadores a chegar ao porto. a sua luz é para nos fazer ao largo, ao mundo. É um farol de missionariedade! a Novo Millennio Ineunte do Papa João Paulo II convidava-nos a contemplar o rosto de Cristo. Uma contemplação que desabroche em santidade de vida, entusiasmo renovado, anúncio fervoroso, testemunho cristalino, fantasia de caridade, e iniciativas concretas pela missão em profundidade e extensão. Pelo seu carisma, os missionários e missionárias da Consolata dedicam-se à missão ad gentes, isto é, a testemunhar e a anunciar o Evangelho nas situações pobres ou privadas da Palavra que salva e dignifica. Onde é possível fazem-no em cooperação, para que a missão seja mais abundante e tenha o rosto da paternidade e maternidade de Deus. Efetivamente, anunciar é sempre um dar à luz! Di-lo de si mesmo o apóstolo São Paulo, quando escreve aos Gálatas e aos Coríntios.com o espírito e as características herdadas do Beato José allamano, fazem-no através de múltiplas atividades com o objetivo de educar, formar e transformar. Fazem-no em situações de extrema indigência e com as minorias esquecidas. Ou em situações que passam unicamente pelo testemunho ou pelo diálogo inter-religioso. a missão ad gentes, a todos os povos, não é unívoca. Tem muitos rostos e muitos caminhos que mudam com a história e as suas solicitações. Mas uma coisa é certa: a missão é obediência ao comando explícito do Ressuscitado, e tem valor perene. O estático é morte, ao passo que o peregrinar pelas estradas do mundo é vida. Fechar-se é suicídio, mas o dom regenera. O ardor da contemplação torna-se iluminação. Vós sois a luz do Mundo!Não se pode, todavia, pensar que a tensão missionária seja sempre incandescente e presente por toda a parte. Ela deverá ser gerada e reforçada continuamente, porque é fácil deixar-se apanhar pelo torpor ou fechar-se na miopia. abertura e solidariedade deverão ser radicadas numa espiritualidade e nutridas com um processo de informação e formação. O nome é: animação missionária. Ela tende a fazer de cada pessoa, família, comunidade e igreja um ponto de luz e de irradiação universal. É uma tarefa educativa que entra na especificidade da própria missão. É a tarefa que os missionários e missionárias da Consolata assumiram em relação à igreja da Tanzânia. Não é coisa nova. Já existem expressões missionárias da igreja local – como também noutros países africanos – que se pode orgulhar de ter enviado missionários, homens e mulheres, para outras nações. Mas é necessária uma cultura e uma espiritualidade missionária: são o húmus que garantem a catolicidade e permitem ser uma igreja missionária para si mesma e para o mundo, na expressão de Paulo VI no Uganda. Para favorecer este processo, nasceu perto de Dar es Salaam o Consolata Mission Center: farol de missionariedade. Bebendo no carisma e na experiência, os missionários e missionárias da Consolata propõem fazer desse centro uma escola de universalidade e de missão. Será necessária a criatividade dos artistas, a humildade dos pobres e a coragem dos profetas. Não sabemos que ressonância e resposta vão ter os programas oferecidos e as atividades desenvolvidas. Sabemos porém que é este o nosso dever: animar, para que a Igreja da Tanzânia viva o ardor de Pentecostes, evento de missão para todos os povos.