Na celebração eucarística de encerramento do Sínodo, neste domingo, 28 de Outubro, Bento XVI afirmou que «a Igreja tem o dever de evangelizar, de anunciar a mensagem da salvação aos homens que ainda não conhecem Jesus Cristo»
Na celebração eucarística de encerramento do Sínodo, neste domingo, 28 de Outubro, Bento XVI afirmou que «a Igreja tem o dever de evangelizar, de anunciar a mensagem da salvação aos homens que ainda não conhecem Jesus Cristo»Na sua homilia, partindo do episódio da cura do cego Bartimeu, o Papa relacionou a situação do cego com a situação do homem que tem necessidade da luz da fé para caminhar pela estrada da vida: Bartimeu não é cego de nascença, mas perdeu a vista: é o homem que perdeu a luz e está ciente disso, mas não perdeu a esperança. Num de seus escritos, Santo agostinho interpreta Bartimeu como pessoa decaída duma condição de grande prosperidade e nos convida a refletir sobre o fato de que há riquezas preciosas na nossa vida que podemos perder e que não são materiais. acrescentou Bento XVI que nesta perspectiva, Bartimeu poderia representar aqueles que vivem em regiões de antiga evangelização, onde a luz da fé se debilitou, e se afastaram de Deus. São pessoas que deste modo perderam uma grande riqueza, decaíram duma alta dignidade – não económica ou de poder terreno, mas a dignidade cristã -, perderam a orientação segura e firme da vida e tornaram-se, muitas vezes inconscientemente, mendigos no sentido da existência. Frisou ainda que são muitas as pessoas que precisam de uma nova evangelização, ou seja, de um novo encontro com Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, que pode voltar a abrir os seus olhos e ensinar-lhes a estrada. a nova evangelização diz respeito a toda a vida da Igreja. Refere-se, em primeiro lugar, à pastoral ordinária que deve ser mais animada pelo fogo do Espírito a fim de incendiar os corações dos fiéis que frequentam regularmente a comunidade reunindo-se no dia do Senhor para se alimentarem de sua Palavra e do Pão de vida eterna. Seguidamente o Papa sublinhou as três linhas pastorais que emergiram do Sínodo: a primeira diz respeito aos sacramentos da iniciação cristã. a segunda é que a nova evangelização está essencialmente ligada à missão ad gentes. a Igreja tem o dever de evangelizar, de anunciar a mensagem da salvação aos homens que ainda não conhecem Jesus Cristo. Por isso, é preciso pedir ao Espírito Santo que suscite na Igreja um renovado dinamismo missionário, cujos protagonistas sejam, de modo especial, os agentes pastorais e os fiéis leigos. a globalização provocou um notável deslocamento de populações, pelo que se impõe a necessidade do primeiro anúncio também nos países de antiga evangelização. a terceira linha pastoral, no entender de Bento XVI, diz respeito aos batizados que não vivem as exigências do Batismo: Durante os trabalhos sinodais, foi posto em evidência que estas pessoas se encontram em todos os continentes, especialmente nos países secularizados. a Igreja dedica-lhes uma atenção especial, para que encontrem de novo Jesus Cristo, redescubram a alegria da fé e voltem à prática religiosa na comunidade dos fiéis. Para além dos métodos tradicionais de pastoral, sempre válidos, a Igreja procura lançar mão de novos métodos, valendo-se também de novas linguagens, apropriadas às diversas culturas do mundo, para implementar um diálogo de simpatia e amizade que se fundamenta em Deus que é amor.