Estabelecimentos de ensino recorrem aos lucros obtidos no bar, na papelaria ou com o aluguer de pavilhões para responder às necessidades dos alunos carenciados, não abrangidos pelo apoio Social Escolar
Estabelecimentos de ensino recorrem aos lucros obtidos no bar, na papelaria ou com o aluguer de pavilhões para responder às necessidades dos alunos carenciados, não abrangidos pelo apoio Social Escolar O aumento do número de casos de estudantes com dificuldades económicas está a levar algumas escolas a recorrer aos lucros dos bares, papelarias e até do aluguer de pavilhões para os ajudar, fornecendo-lhes refeições quentes, lanches e livros escolares. Muitas destas crianças pertencem a famílias da classe média que foram apanhadas de surpresa pelo desemprego, revelou esta quarta-feira, 17 de outubro, a agência Lusa. Só na Escola Secundária de Palmela, num mês, foi detetada cerca de uma dezena de estudantes que precisam de ajuda mas não têm apoio Social Escolar (aSE). Não têm direito porque as declarações que entregam ainda dizem respeito à situação que viviam há dois anos, explicou o funcionário dos serviços de ação social daquela escola, Paulo Parreiro. Para apoiar estas crianças, a direção da escola usa parte dos lucros do bar e da papelaria para pagar os lanches. No agrupamento de Escolas nº 2 de Portalegre, algumas crianças desabafaram com os funcionários sobre as dificuldades que passam em casa. E nas aulas, alguns professores também dão conta de problemas pela forma como alguns alunos se comportam, contou à Lusa Joaquim Correia, vice-presidente da Comissão administrativa provisória do novo agrupamento, frequentado por cerca de 1800 alunos. as aulas começaram apenas há um mês, o que faz com que muitos dos professores e funcionários não tenham tido ainda tempo para se aperceberem em profundidade da dimensão do problema. Mas tendo em conta o aumento galopante do desemprego, que só entre agosto e setembro atingiu mais de 10 mil pessoas, prevê-se que mais alunos venham a precisar do apoio extra das escolas.