Missionário canadiano, a trabalhar na Mongólia, acredita que a pouco e pouco vai ser possível conquistar os asiáticos, para que aprendam a seguir Jesus Cristo. «O que importa é que façam um caminho», disse o sacerdote à Fátima Missionária
Missionário canadiano, a trabalhar na Mongólia, acredita que a pouco e pouco vai ser possível conquistar os asiáticos, para que aprendam a seguir Jesus Cristo. «O que importa é que façam um caminho», disse o sacerdote à Fátima Missionária Com pouco mais de um mês de ministério sacerdotal, Pietro Turrone, de 40 anos, já conhece bem as dificuldades de evangelizar na Mongólia, onde trabalha há dois anos. O caminho é difícil, mas a vontade de levar a fé onde Jesus Cristo não é ainda conhecido, é enorme. No próximo ano, será batizado o primeiro homem convertido à Igreja católica pelos missionários da ConsolataFátima Missionária Foi ordenado sacerdote no dia 1 de setembro deste ano. Qual é a visão que tem do seu sacerdócio? Pietro Turrone Vejo-o como um dom que Deus me concedeu para estar unido a Ele, mas também para o serviço da Igreja, para ser um guia espiritual do seu rebanho. Mas também como um modo de ser. antes de pensar naquilo que faremos, é importante saber aquilo que somos. É também um desafio. FM Quanto tempo tem de vida missionária na Mongólia? PT Fui para lá como seminarista, para um estágio pastoral, mas fui lá ordenado diácono, no ano passado, depois dos votos perpétuos. Todo o meu diaconado foi exercido nestes meses na Mongólia, onde vou exercer agora o sacerdócio. FM a Mongólia é um país extenso e com poucos habitantes. Quantos missionários lá trabalham? PT Somos cinco missionários e sete missionárias da Consolata. Entre o nosso Instituto e outras Congregações há neste momento uns 70 missionários, incluindo três ou quatro leigos. Não é uma diocese, é uma Prefeitura apostólica, dependente diretamente da Santa Sé. Estamos divididos em duas comunidades, uma na capital e outra em arvaiheer. FM O que fazem a nível de atividades missionárias? PT Na capital, Ulaanbaatar, ajudamos várias comunidades religiosas e estudamos a língua. Em arvaiheer somos a única presença católica. Temos momentos de oração comunitária e rezamos com as pessoas. Da parte de manhã vamos para a nossa Tenda que se tornou paróquia a partir do dia 20 de junho deste ano.começamos com o rosário, depois temos a Eucaristia e depois a adoração do Santíssimo Sacramento até ao meio dia. Fazemo-la organizados por turnos, porque temos também outras atividades de trabalho manual para o nosso sustento. De manhã cedo, ainda muito frio, e de noite, as pessoas vêm, afrontando até o perigo de serem atacadas pelos cães, no caminho. Temos depois atividades com as crianças. ao sábado há a catequese: para crianças e adultos. Temos ainda os banhos públicos sobretudo para as pessoas mais pobres que não têm essa possibilidade nas suas casas. Uma das pessoas que nos ajuda neste serviço à população é assistente social. Não é católica, a sua mãe sim, mas é um presente para a nossa comunidade, até porque nos ajuda a entender melhor a cultura do povo. E ajuda-nos, por exemplo, a entrar em lugares onde não podemos entrar sozinhos. FM Como é o vosso relacionamento com a comunidade? PT Fazemos um trabalho junto das famílias como promoção social e humana. Temos um bom relacionamento. Vamos distribuir alimentos pelas pessoas mais necessitadas. Há muitos pobres. Isto ajuda também o nosso relacionamento, porque as pessoas olham para nós com outros olhos. Estamos ali para as ajudar. FM Qual é a religião base na Mongólia? PT É o budismo e o xamanismo. Há porém ainda muita confusão. Não se sabe quem é um verdadeiro xamã e quem não é. Mas a nível oficial estão a caminhar para o budismo. FM E conversões à Igreja católica? Há um catecumenato para quem pede o batismo? PT Sim, há um caminho de três anos de formação no catecumenato. Há leis para quem quer ser desta ou daquela religião. Normalmente é um percurso que só é possível fazer a partir dos 18 anos.com a autorização dos pais é possível fazê-lo a partir dos 16 anos. Mas habitualmente nestas coisas vamos muito devagar, tal como nos ensina o Concílio Vaticano II. Quem quer entrar na Igreja, de algum modo já faz parte dela, mesmo que não oficialmente. O que importa é que façam um caminho, que aprendam a seguir Jesus e tudo o que isso inclui. FM Há já muitos católicos? PT Temos 14 católicos na nossa comunidade de arvaiheer e três catecúmenos, que se preparam para receber o batismo. Temos pela primeira vez um homem que será batizado no próximo ano. Em toda a Mongólia há neste momento 830 católicos para uma população de dois milhões e oitocentos mil habitantes. Há também muitos protestantes, batizados após poucas semanas de preparação. alguns falam de 70 mil. Mas nós preferimos ir muito devagar. FM Na assembleia dos Missionários da Consolata na Ásia falaram na abertura a outro país dentro desse continente? PT Falámos, mas não ficou nada decidido. Ficou o pedido das duas direções gerais de dar a conhecer melhor ao Instituto a missão na Ásia. Tal como Capítulo Geral afirmou, a Ásia é o futuro do cristianismo. a Ásia é um campo novo, onde falta muito esta presença cristã. E a nossa missão é levar a fé, lá onde Jesus não é ainda conhecido.