O presidente do Conselho Europeu, Herman Rompuy afirmou que o prémio agora concedido reconhece o papel da União Europeia como “maior obreiro para a paz da história”
O presidente do Conselho Europeu, Herman Rompuy afirmou que o prémio agora concedido reconhece o papel da União Europeia como “maior obreiro para a paz da história”Passe a redundância de ser ou não o maior obreiro para a paz, este organismo, do qual fazem parte atualmente 27 países, foi criado pelo Tratado de Paris em 1951, então designado como Comunidade Europeia do Carvão e do aço (CECa), e teve como objetivo unir económica e politicamente os países europeus, tendo em vista assegurar a paz. França, Itália, alemanha Ocidental, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo foram os países fundadores. Expirado o Tratado de Paris em 2002, todas as atividades e recursos da CEC a foram absorvidos pela UE, tal como hoje a conhecemos, e à qual foram aderindo diversos países até ao número agora existente.

Jacques Delors, antigo presidente da Comissão Europeia e um dos fundadores, entendeu a decisão como um prémio moral e político. É um prémio moral no sentido em que saúda os países que, reconhecendo a sua atitude do passado, fizeram a paz entre eles. É um prémio político porque surge num momento em que há muitas críticas, muitas estatísticas, prognósticos desfavoráveis à UE, disse. Reconhecendo as dificuldades dos últimos anos, Delors acrescentou que o prémio mostra que os valores da solidariedade e da confiança podem ajudar a fazer um mundo melhor.

“É uma grande honra para a totalidade dos 500 milhões de cidadãos da UE, para todos os Estados membros e todas as instituições europeias”, disse por seu lado Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia (o órgão executivo da UE). Para Barroso, a atribuição do prémio “é um reconhecimento justificado de um projeto único que trabalha para o benefício dos seus cidadãos mas também para o benefício de todo o mundo”.

Em concreto, o Comité Nobel olhou para o que fez nascer a união económica e política, após duas guerras mundiais, e quis dizer que é da maior importância a existência de uma instituição agregadora num novo momento de grande fratura. a Europa está em profunda crise financeira e social e em alguns países os ingredientes políticos e as disparidades vão fazendo surgir momentos de grande violência. Só desta forma é possível compreender a atribuição do galardão e temos que reconhecer que é mais uma séria tentativa no sentido do caminho da paz.

Também esta semana, quinta-feira passada, a Comissão Europeia informou que Portugal vai receber cerca de 19,5 milhões de euros, em 2013, ao abrigo do programa de distribuição de géneros alimentares aos cidadãos mais necessitados. No total, a UE vai destinar 500 milhões de euros ao programa de distribuição de géneros aos mais pobres, uma verba que permitirá ajudar no próximo ano 18 milhões de pessoas em 19 Estados-membros. Este programa de distribuição de géneros alimentares, que permite apoiar as organizações que trabalham com as camadas mais desfavorecidas, será financiado pela Política agrícola Comum (PaC) pela última vez, em 2013.

apesar das atuais dificuldades económicas e financeiras que atingem toda a Europa, ainda surgem pequenas centelhas de esperança para os países que estão intervencionados, como o caso de Portugal, agora também é necessário que os nossos Governantes o consigam vislumbrar. Mesmo tendo que cumprir o acordo feito para pagamento do empréstimo ao nosso país, tal não impede que haja o bom senso de tomar as medidas mais adequadas. Nesse sentido, e mantendo a austeridade necessária, convém não esquecer o mais importante que é fazer as reformas estruturais precisas para o crescimento da economia, evitando assim a catástrofe do desemprego galopante que se está a abater sobre famílias e cidadãos.