Cardeal patriarca de Lisboa, José Policarpo, recusou comentar a situação Política e económica em Portugal, argumentando que já existe muita «balbúrdia» de opiniões. Preferiu destacar o apoio que a Igreja e a sociedade estão a dar aos mais desfavorecidos
Cardeal patriarca de Lisboa, José Policarpo, recusou comentar a situação Política e económica em Portugal, argumentando que já existe muita «balbúrdia» de opiniões. Preferiu destacar o apoio que a Igreja e a sociedade estão a dar aos mais desfavorecidos O que está a acontecer [em Portugal] é uma corrupção do sistema representativo e constitucional, com uma balbúrdia de opiniões, em que parece querer ser a rua a dizer como se governar. Não contem com a Igreja para alinhar nessa dimensão individualista, afirmou esta sexta-feira, 12 de outubro, em Fátima, o cardeal patriarca de Lisboa, na conferência de imprensa de apresentação da peregrinação internacional aniversária de outubro. Interpelado a comentar a situação atual do país, José Policarpo disse que o comentário político não faz parte do seu ministério, nem era sua intenção que a sua voz fosse mais uma, na confusão de opiniões que, em seu entender, proliferam na praça pública. Não se resolve nada contestando. Nem com uma revolução isto se resolvia, adiantou. Para o cardeal, a situação foi criada dentro do sistema económico e financeiro em que estamos e é nesse sistema que as soluções têm que ser encontradas. Neste sentido, José Policarpo preferiu destacar o papel da Igreja e da sociedade em geral, no apoio aos mais necessitados. a Igreja tem estado a reagir, dando atenção às pessoas que mais precisam. E se os portugueses em geral se organizarem e quiserem ser solidários, não resolvemos o problema técnico, mas podemos resolver o problema de muitas pessoas, frisou. Em relação à peregrinação, que abre oficialmente esta tarde, o cardeal colocou o acento tónico na celebração do ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI. a Igreja é hoje uma realidade no mundo contemporâneo e é um desafio de humanidade se conseguir que o egoísmo não triunfe e o individualismo não seja palavra de ordem. Regressado de Roma, onde os bispos de todo o mundo estão reunidos em Sínodo, José Policarpo apontou o diálogo inter-religioso como um dos principais desafios ecuménicos para o futuro: a Igreja católica tem que aceitar a diferença e as outras comunidades religiosas têm que dar passos para chegar ao essencial da fé que todos nós confessamos no Credo. antes da intervenção do cardeal-patriarca, que vai presidir à peregrinação, antónio Marto, bispo da diocese Leiria-Fátima, dedicou as celebrações de 12 e 13 de outubro ao ano da Fé, ao aniversário dos 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, ao Sínodo episcopal, ao centenário do nascimento do Papa João Paulo I, aos 75 anos da Rádio Renascença e à atribuição do Prémio Nobel da Paz à União Europeia.