Jorge Ferreira é voluntário no Santuário de Fátima há 38 anos.começou em criança, incentivado pelos pais, e já não consegue viver sem o voluntariado. Sente-se preenchido por ajudar os peregrinos que não se poupam a sacrifí­cios para demonstrarem a sua fé
Jorge Ferreira é voluntário no Santuário de Fátima há 38 anos.começou em criança, incentivado pelos pais, e já não consegue viver sem o voluntariado. Sente-se preenchido por ajudar os peregrinos que não se poupam a sacrifí­cios para demonstrarem a sua féEstá habituado a lidar com multidões, a viver momentos comoventes com as histórias imprevistas dos peregrinos, ou com a visita dos vários Papas à Cova da Iria, mas continua a eleger os períodos que passa sozinho em frente à imagem de Nossa Senhora, na Capelinha das aparições, como os mais emocionantes da sua vida. Jorge Ferreira, 46 anos, é voluntário no Santuário de Fátima desde criança e não consegue imaginar a sua vida sem esta ocupação filantrópica. Porquê? Porque como cristão sinto que tenho que dar este testemunho, sinto a necessidade de apoiar os que não se poupam a sacrifícios para manifestar a sua fé, de escutar quem precisa e contribuir para o seu crescimento pessoal e espiritual, explicou à Fátima Missionária. a ligação de Jorge Ferreira ao santuário tem mais de quatro décadas. Não é que ele se lembre, mas a história era-lhe muitas vezes contada pelos pais, também eles voluntários. Quando o Papa Paulo VI se deslocou a Fátima, a minha mãe veio comigo pela mão e trazia o meu irmão na barriga. Mais tarde, dá-se então o início de uma ligação que perdura há 38 anos. Em 1974, então com sete anos, Jorge juntou-se ao grupo de acólitos do santuário, na altura chamado de grupo de Meninos do Coro. a partir daí, com exceção do abrandamento que fez no período em que estudou na Universidade de Coimbra, nunca mais largou o voluntariado. Fez acolhimento de peregrinos, prestou serviço nas informações, cantou no coro, ajudou no arquivo e passou para o Serviço de apoio aos Peregrinos a Pé (SaPP), que hoje coordena. Por ano, dedica entre 30 a 40 dias ao voluntariado. Ele e quase toda a família, desde irmãos, filhos e esposa. O que quer dizer que a vida pessoal e profissional (Jorge Ferreira é formado em Bioquímica e dá aulas no Colégio de São Miguel, em Fátima), é sempre planificada tendo em conta o voluntariado. E é assim que se sente feliz e preenchido emocionalmente. Revejo-me nos princípios aqui [no Santuário de Fátima] defendidos e pratico a fé com convicção. a fé é um dom e há muitos dons que nós temos que não são despoletados. Eu tive a sorte de conviver com as pessoas certas, que me ajudaram a desenvolver este dom, adianta Jorge Ferreira. Sendo a peregrinação internacional de outubro o momento escolhido pelos bispos portugueses para lançarem o ano da Fé promulgado pelo Papa Bento XVI, o coordenador do SaPP, espera que a iniciativa possa abrir uma janela de esperança para os crentes. Vivemos tempos difíceis e a parte espiritual bem desenvolvida e aprofundada pode ajudar as pessoas a ultrapassarem muitas das dificuldades, conclui o voluntário.