Começa amanhã o «ano da Fé», que vai marcar os 50 anos da abertura do último encontro mundial dos bispos católicos. Um novo Concílio traria «perigo» para os avanços realizados desde o Vaticano II, considera o cardeal-patriarca de Lisboa
Começa amanhã o «ano da Fé», que vai marcar os 50 anos da abertura do último encontro mundial dos bispos católicos. Um novo Concílio traria «perigo» para os avanços realizados desde o Vaticano II, considera o cardeal-patriarca de LisboaInicia quinta-feira, 11 de outubro, o ano da Fé, decretado por Bento XVI, que vai assinalar o quinquagésimo aniversário do Concílio Vaticano II. Para José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, outro Concílio seria um perigo porque o Vaticano II não está recebido suficientemente para marcar o ritmo desse Concílio. Numa entrevista publicada no semanário da agência Ecclesia, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa referiu que nunca desapareceu completamente da Igreja Católica um grupo pequeno de bispos do Vaticano II que estiveram sempre contra tudo, que não assinaram documentos e, em alguns casos, provocaram ruturas.

Essa tendência está hoje com mais visibilidade, destaca, adiantando, por outro lado, que o Concílio é ainda mais atual do que há 50 anos. Para José Policarpo, as vozes que pedem um III Concílio do Vaticano estão em dois sentidos: Uns acham que é preciso ir muito mais longe nas mudanças da Igreja (como ordenar as mulheres ou deixar os padres casar); a outra tendência quer rever o Vaticano II, tendo a coragem de dizer que se foi longe de mais. Isso é um perigo.
José Policarpo acredita que o último Concílio foi o maior acontecimento do século XX, em termos de história da humanidade, e considera que o grande desafio da Igreja é continuar a fazer a receção do Concílio Vaticano II, na fidelidade. Recordando o meio século que já decorreu, o patriarca da capital portuguesa disse que o acolhimento do Vaticano II deu passos enormes, mas não se deram os passos completos.