Vivem em clausura e completamente entregues ao ‘diálogo’ com Deus. as Irmãs Carmelitas Descalças, do Carmelo de Fátima, são cada vez mais solicitadas pelos fiéis para rezarem por eles. Os crentes acham que estão mais perto do Céu
Vivem em clausura e completamente entregues ao ‘diálogo’ com Deus. as Irmãs Carmelitas Descalças, do Carmelo de Fátima, são cada vez mais solicitadas pelos fiéis para rezarem por eles. Os crentes acham que estão mais perto do CéuO jornalismo tem destas coisas! Em reportagem, pede-se que se recolham testemunhos, perscrutem convicções, observem comportamentos, descrevam espaços, pressintam sentimentos. O pior é quando encontramos um manancial tão grande de convicção, de entrega e felicidade, que nos deixam desconcertados. Que nos deixam como que comprometidos, perante a força da mensagem transmitida e a falta de espaço para deixar fluir na plenitude tudo o que escutámos, vimos e sentimos. Feita esta introdução, entremos então no mundo de clausura das Irmãs Carmelitas Descalças, do Carmelo de São José, em Fátima. Se está a imaginar um convento banhado pela penumbra, com meia dúzia de irmãs envelhecidas, recolhidas atrás de gradões com pesadas barras de ferro fundido, esqueça. Os espaços são modernos, bem iluminados, com gradeamentos largos em alumínio, mais de metade da comunidade (21 irmãs) tem menos de 48 anos e a alegria transmitida por quem nos recebe faz-nos sentir de imediato noutro reino: o reino da fé, da oração e da entrega total a Deus, sem querer nada em troca. acreditamos que nesta união e intimidade com Jesus Cristo, se pode amar, se pode fazer bem, se pode tocar até quem nós não conhecemos. a eternidade começa aqui, sintetiza, com um sorriso contagiante, a irmã Margarida Maria do Menino Jesus, 35 anos, madre superiora do Carmelo. Os mais céticos podem ser levados a pensar que se trata de uma vida de martírio. a irmã Margarida tem outra opinião: Claro que a nossa vida pode interrogar as pessoas, por parecer tão extrema, tão radicalizada. Mas ela só se compreende por um amor muito grande que nos encheu a vida e nos preencheu o coração. Exatamente porque valorizamos o mundo e tudo o que ele tem, também nos entregamos por este mundo. E é precisamente esta entrega, esta proximidade’ com o divino, que leva cada vez mais crentes a dirigirem-se ao convento com pedidos de oração. É impressionante a quantidade de pedidos que nos chegam todos os dias, pessoalmente, por telefone, ou por correio eletrónico, revela a religiosa. Tal como o bispo da diocese Leiria-Fátima, antónio Marto, disse um dia que as irmãs carmelitas estavam mais perto das portas do Céu, pela sua dedicação a Jesus Cristo, também os fiéis acreditam que as suas preces chegam de forma mais rápida a Deus. Sempre que isso acontece, Margarida do Menino Jesus aproveita para os alertar: Só Deus sabe quem está mais perto. Se calhar, pela vocação deveríamos estar mais perto, mas nunca poderemos afirmar uma coisa dessas. Isso depende da resposta de amor que cada pessoa, no seu estado próprio de vida, dá a Deus. Ele tem um desígnio, um projeto de felicidade para cada um de nós.