Padres têm «papel fundamental», mas estão a demitir-se das suas funções na catequese, referiu Paulo Malí­cia, sacerdote, durante as Jornadas Nacionais da Catequese, em Fátima
Padres têm «papel fundamental», mas estão a demitir-se das suas funções na catequese, referiu Paulo Malí­cia, sacerdote, durante as Jornadas Nacionais da Catequese, em FátimaOs padres têm um papel importante na catequese, mas falham muito, dissePaulo Malícia, sacerdote e diretor do Secretariado Diocesano da Catequese de Lisboa. Falham porque muitas vezes demitem-se do seu papel fundamental na catequese que é a presença, explicou o professor da Universidade Católica,numa conferência temática inserida no programa das Jornadas Nacionais da Catequese. Para Paulo Malícia, assessões catequéticasnão enfrentam uma crise, mas têm um caminho a percorrer. Não acredito que haja um grande problema na catequese. Há desafios grandes, mas acho que a catequese, de um modo geral, corre bem, referiu. Segundo o sacerdote, as sessões são um apoio para muitos adolescentes. Hoje não tenho a mínima dúvida que em certas paróquias, para certos adolescentes, o único espaço de amor e de acolhimento que têm é a catequese paroquial, referiu.
Perante a vasta audiência, Paulo Malícia admitiu ser irritante ouvir críticas às sessões de educação da fé. Irritam-me estes discursos de que a catequese não presta. algumas paróquias, se não fosse a catequese, não eram nada. Só serviam para celebrar funerais e missas ao domingo, porque é a catequese que lhes dá vida, disse, adiantando que é o movimento gerado pelas crianças e jovens, que faz com que o local onde decorre a catequese seja uma comunidade e não um sítio onde se celebram sacramentos. Catequistas e Igreja devem estar onde estão os mais jovens, referiu o diretor do Secretariado Diocesano da Catequese da capital portuguesa. Hoje a linguagem tem de ser diversificada. Não pode ser só o catecismo; temos de utilizar outras formas de linguagem. Eles passam a vida no Facebook e na internet. Nós também lá temos que estar, frisou. Manuel Queirós, sacerdote e diretor do Secretariado Diocesano da Catequese de Vila Real foi outro dos oradores na conferência ‘ a Catequese dos adolescentes’, quedecorreu sábado, 6 de outubro, no Seminário do Verbo Divino, em Fátima. Cármen Filipe,41 anos,é catequista eestá a acompanhar as jornadas. Para esta voluntáriade uma paróquia da diocese de Santarém, as sessões de catequese são também uma oportunidade para o diálogo entre os mais jovens sobre as dificuldades do dia a dia. É preciso dar muito espaço para eles falarem da semana, dos problemas de casa e dos problemas com colegas, refere.
Tatiana Roque, 15 anos, é de Torres Vedras, dá catequese ao 4. º ano, e acredita que ser catequista é uma responsabilidade. Tenho cuidado a preparar a catequese porque se eu disser alguma coisa de errado, eles vão captar isso, fazem errado também e eu não quero, refere a jovem. Subordinada ao tema Da catequese familiar à catequese intergeracional’, as Jornadas Nacionais da Catequese, terminam domingo, dia 7, e trouxeram até Fátima catequistas de todo o país.