O povo equatoriano dos andes é muito reservado, mas quando há algo que não funciona organiza manifestações que chegaram até a destituir mais do que um presidente
O povo equatoriano dos andes é muito reservado, mas quando há algo que não funciona organiza manifestações que chegaram até a destituir mais do que um presidente Chegando ao Equador percebe-se que há uma grande paz, em contraste com o conflito armado que reina na Colômbia. Desde que o atual presidente Rafael Correa está no poder, parece que o país tem tido uma retoma extraordinária. Vê-se pelas infraestruturas, estradas bem alcatroadas e em contínuo progresso. Cada comunidade pode apresentar um projeto ao governo e o apoio está garantido. a educação é gratuita para todos e melhorou de qualidade. a saúde é igualmente para todos e é mais eficiente. Em tudo isto, o presidente foi ajudado com a descoberta de novos poços petrolíferos que ajudam o país a progredir. O perigo é que com a fama que ele adquiriu queira governar por toda a vida. Tem uma ligação muito estreita com o presidente Chávez da Venezuela e com Cuba. Uma das coisas que impressiona no país é a presença indígena que resistiu por tantos séculos à cultura dominante ocidental e que deve preparar-se para o fenómeno da globalização que quer uniformizar a todos com o risco de cancelar tantas riquezas culturais importantes para a humanidade. E é aqui que joga um papel importante a formação intelectual e espiritual dos herdeiros destas comunidades indígenas. Nos poucos dias que vivi com estas comunidades percebi o que tantas vezes me disse o padre antonio Bonanomi: os indígenas são o futuro do continente latino-americano. Estamos a celebrar os 50 anos do Concílio Vaticano II e às vezes vejo esta Igreja de comunhão e participação com dificuldades de avançar. Parece que se quer voltar ao antigo cancelando estes raios de incarnação do evangelho na nossa era. Em todo o caso a história avança, não podemos pará-la nem perder-nos em falsas nostalgias. Hoje a Igreja não é protagonista neste mundo moderno, mas deve ser um fermento no meio da massa. Estando em Quito, a capital, podemos constatar a presença de muitos índios. Dizem que numa população de dois milhões, 300 mil são indígenas de várias etnias. Seria interessante uma nossa presença na cidade para acompanhar os índios imigrados. Constatámos que é mínimo o acompanhamento que a Igreja está a fazer. Seria importante ajudar a Igreja local neste trabalho de evangelização da cultura indígena.