Maior mina de ferro do mundo foi obrigada a suspender o transporte de material por causa da ocupação da linha-férrea, no Pará, Brasil. Os Índios protestam contra a Política do governo em relação às terras indígenas
Maior mina de ferro do mundo foi obrigada a suspender o transporte de material por causa da ocupação da linha-férrea, no Pará, Brasil. Os Índios protestam contra a Política do governo em relação às terras indígenas a polémica Portaria 303, que sendo posta em prática vai comprometer a expansão dos territórios indígenas, continua a causar descontentamento no Brasil. Esta semana, centenas de índios ocuparam a linha de caminho de ferro de Carajás, que atravessa os estados do Pará e Maranhão, e obrigaram a maior mina de minério de ferro do mundo a suspender os trabalhos. Embora a medida viole leis nacionais e internacionais, ao sugerir que certos projetos podem ser executados em terras indígenas sem a necessidade de consulta adequada, o governo brasileiro mantém a intenção de a pôr em prática, o que tem provocado a ira das comunidades indígenas, revelou a Survival Internacional. Desta vez, reuniram-se várias tribos e cortaram a circulação ferroviária para exigir que os seus direitos à terra sejam respeitados. O mês passado, um juiz suspendeu uma sentença que impedia a empresa mineradora de duplicar a linha, para aumentar a produção. Esta decisão foi recebida com indignação pelos índios awá, que culpam o caminho de ferro pela diminuição da caça e pela entrada de invasores nas suas terras. Se o Brasil quer assumir a liderança e mostrar ao mundo que respeita seus povos indígenas, não deveria ceder às propostas nocivas de alguns lobistas rurais. Este protesto mostra que, para tribos como os awá, os direitos à terra são um caso de tudo ou nada, ou vai ou racha, alertou o diretor da Survival Internacional, Stephen Corry.