Em Lisboa, Leonel Narváez, fundador das ESPERE, terminou a sua pormenorizada exposição sobre aquilo que se pretende fazer para lançar as Escolas de Perdão e Reconciliação em Portugal
Em Lisboa, Leonel Narváez, fundador das ESPERE, terminou a sua pormenorizada exposição sobre aquilo que se pretende fazer para lançar as Escolas de Perdão e Reconciliação em Portugal Depois da apresentação do projeto das Escolas de Perdão e Reconciliação (ESPERE), em Lisboa e Porto, em novembro haverá dois fins de semana para continuar o aprofundamento do processo em Portugal. Do Brasil vão chegar os primeiros monitores ou treinadores que iniciarão esse ministério no nosso país, com o apoio dos Missionários da Consolata. Leonel Narváez conseguiu convencer o numeroso grupo de pessoas que acorreu à Casa Provincial dos Missionários da Consolata, em Lisboa, a envolver-se neste projeto. Fundamentalmente, o que o sacerdote propôe é um caminho para recuperar a essência do Evangelho, pois é o perdão que caracteriza a religião cristã. Por outro lado, é um tema de alta responsabilidade e transversal a todas as religiões. É, por isso, um processo acessível a todos. Questionado por um membro da comunidade Bahai presente na conferência, foi isso mesmo que o missionário colombiano exprimiu. Não é só para cristãos. Está aberto a todos os homens e mulheres de boa vontade que queiram iniciar este caminho. Estamos neste momento a traduzir os materiais que temos em árabe para podermos iniciar estas escolas na Líbia e no Líbano, a pedido das entidades governativas desses países, anunciou. O que se pretende é uma purificação da memória das pessoas. É um desarmar a linguagem de Caim que cada um transporta dentro de si que permita romper o dinamismo perverso que partindo da ofensa se pode transformar em raiva, converter-se em rancor e desembocar na vingança. Perdoar é passar do abismo da raiva às alturas oxigenadas da bondade e da misericórdia, explicou Narváez. Outro participante referiu a importância que este tema pode ter para a renovação da pastoral em Portugal. Fiquei enormemente impressionado com o tema, porque entendi que pode ser uma nova e mais elevada narrativa para mostrar ao mundo o que pode ser futuramente a pastoral da Igreja. até agora, a Igreja tinha uma narrativa oficial pouco acessível às pessoas. Mas aquilo que apresentou é a essência do homem que aspira sempre a subir. E se esse é o novo caminho, penso que vai ter muita gente que vai por aí. O que faço é resgatar o pensamento de Jesus e colocar diante dos olhos das pessoas e dos sacerdotes que é importante recuperar o ministério do perdão. E que não se fique pelo sacramento do perdão, embora saibamos que o ministério do perdão inclui também o sacramento. Mas há muito mais a fazer para além do sacramento da reconciliação. Precisamos de levar o perdão às Nações Unidas, concluiu Leonel Narváez, acrescentando que um dos seus objetivos é conseguir que a ONU considere o perdão como um dos direitos humanos.