a conjuntura económica e financeira vivida no país, leva pais e professores a serem mais exigentes com as crianças para «serem alguém no futuro». as pressões exercidas sobre os menores, podem provocar casos de stress ou depressão
a conjuntura económica e financeira vivida no país, leva pais e professores a serem mais exigentes com as crianças para «serem alguém no futuro». as pressões exercidas sobre os menores, podem provocar casos de stress ou depressãoO atual panorama económico e financeiro vivido em Portugal está a contribuir para que pais e professores exerçam uma maior pressão sobre as crianças para serem alguém no futuro, sufocando’ os mais pequenos com exigências e contribuindo para desencadear perturbações obsessivo-compulsivas, refere Maria José araújo, investigadora, em declarações à agência Lusa. a maioria das crianças tem imensos trabalhos para casa (TPC) para fazer depois do horário escolar e sentem-se sufocadas com a pressão dos pais, da escola, mas também dos centros de estudo e do aTL (atividades de tempos livres), que não compreendem que depois das aulas elas precisam de brincar.com a crise, a pressão está a aumentar imenso, afirma a investigadora com experiência de trabalho com crianças nesta área.
além de se ter tornado numa pressão social, a ideia de que se as crianças trabalharem muito hoje vão ser alguém no futuro, não tem grande sustentação no contexto atual, acredita Maria José araújo. O discurso é toda à volta do sucesso, sem se explicar muito bem de que sucesso estamos a falar. E isto exerce uma pressão enorme. Os pais pressionam os filhos, os professores pressionam os alunos e a sociedade pressiona as crianças, explica.
De acordo com a especialista, alguns pediatras e psicólogos têm-se manifestado preocupados com esta problemática, relatando atitudes de cansaço, angústia e comportamentos de grande mal-estar nas crianças que provocam stress ou depressão. O receio alimentado pelo espetro do desemprego e pela incerteza económica tem aumentado brutalmente. E aumenta a pressão sobre os pais, que exercem mais pressão sobre as crianças, salienta a investigadora.
Mário Cordeiro, pediatra, acredita que o objetivo do sistema de ensino não deve ser começar a formar cavalos de corrida para a retoma económica. O objetivo deve ser ensinar, dar informação que permita formar conhecimento, transmitir sabedoria, dar instruções práticas para situações concretas, desenvolver a capacidade de pensar, raciocinar, refletir, dialogar, disse em declarações à agência Lusa.