Cada santo é um dom para a Igreja e para a humanidade. é como uma fotografia de Deus, de cuja plenitude colhe um aspeto ou um pormenor que ilumina toda a sua vida. Vem isto a propósito de Santa Teresa de Lisieux, que João Paulo II proclamou doutora da Igreja e que veneramos neste primeiro dia do mês de outubro como padroeira das Missões
Cada santo é um dom para a Igreja e para a humanidade. é como uma fotografia de Deus, de cuja plenitude colhe um aspeto ou um pormenor que ilumina toda a sua vida. Vem isto a propósito de Santa Teresa de Lisieux, que João Paulo II proclamou doutora da Igreja e que veneramos neste primeiro dia do mês de outubro como padroeira das MissõesPoderá causar-nos admiração o facto de uma Carmelita, que viveu nove anos num convento de rígida clausura, ter sido proclamada padroeira das Missões juntamente com o grande evangelizador S. Francisco Xavier. Ou então poderá maravilhar-nos o facto de ela ser proclamada doutora da Igreja ao lado de S. Teresa de Ávila e de Santa Catarina de Sena. Seria preciso ler ou reler a sua autobiográfica História de uma alma e outros escritos para entender o coração desta jovem, avaliar a sua doutrina e apreciar as maravilhas que Deus realizou na sua tão breve existência. Mas que terá acontecido no mundo interior desta jovem que aos 24 anos atinge o cume da santidade? Lendo a sua vida compreendemos como é importante o ambiente familiar em que crescemos e nos evangelizamos, mas também como são possíveis voos altíssimos de santidade em almas que no seu nada se oferecem totalmente a Deus para o bem da humanidade. Nunca vi ninguém tão consciente da sua pequenez. Mas também nunca vi ninguém com um coração tão largo, capaz de abranger o mundo inteiro no desejo de salvar todos os homens. assim escreveu: apesar da minha pequenez, gostaria de iluminar as almas como fizeram os profetas e os doutores. Tenho vocação de apóstolo… Gostaria de percorrer o mundo, pregar o teu nome e plantar no solo infiel a tua cruz gloriosa, mas, meu amado, não me bastaria uma só missão; gostaria ao mesmo tempo de anunciar o Evangelho nas cinco partes do mundo e até às ilhas mais remotas… Gostaria de ser missionária não só por um ano, mas sim desde a criação do mundo e até à consumação dos séculos… Gostaria de derramar o meu sangue por ti, até à última gota. a minha vocação é o amor Vale a pena refletir e confrontar-nos com o testemunho desta mulher sem fronteiras que tem tanto, ainda hoje, para nos ensinar: Não obstante a minha pequenez, queria iluminar as almas como os Profetas, os Doutores, sentia a vocação de ser apóstolo… Li no cap. 12 da 1a Carta de S. Paulo aos Coríntios que nem todos podem ser ao mesmo tempo apóstolos, Profetas, Doutores, etc. , que a Igreja é formada por membros diferentes e que os olhos não podem ao mesmo tempo ser as mãos. a resposta era clara, mas não satisfazia completamente os meus desejos e não me trazia a paz. Continuei a ler e encontrei esta frase que me confortou profundamente: Procurai com ardor os dons mais perfeitos; eu vou mostrar-vos um caminho mais excelente. E o apóstolo explica como todos os dons mais perfeitos não são nada sem o amor e que a caridade é o caminho mais excelente que nos leva com segurança até Deus. Finalmente tinha encontrado a tranquilidade. a caridade ofereceu-me a chave da minha vocação.compreendi que, se a Igreja apresenta um corpo formado por membros diferentes, não lhe falta o mais necessário e mais nobre de todos; compreendi que a Igreja tem coração, um coração ardente de amor; compreendi que só o amor fazia agir os membros da Igreja e que, se o amor viesse a extinguir-se, nem os apóstolos continuariam a anunciar o Evangelho, nem os mártires a derramar o seu sangue; compreendi que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo, que abrange todos os tempos e lugares, numa palavra, que o amor é eterno… Encontrei finalmente a minha vocação. a minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja: no coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor.