abre-se o mês de outubro com um forte apelo à vivência da fé, através da mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Missionário Mundial
abre-se o mês de outubro com um forte apelo à vivência da fé, através da mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Missionário Mundialao proclamar o ano da Fé, escrevi que Cristo hoje, como outrora, envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra, lembra-nos Bento XVI na sua mensagem para o Dia Missionário Mundial. Fé e missão: um binómio inseparável. a fé não é uma realidade que se possa medir quantitativamente. É uma força prodigiosa de transformação e irradiação que nos vem de Deus. É uma escolha total de Deus. É o reino de Deus dentro de nós. Leva-nos a apoiar-nos exclusivamente nele e a fiar-nos inteiramente dele. Mas é também dinamismo, é ação. Convoca-nos sempre para fora de nós. É radicalmente missionária. Nunca nos agrilhoa a nada. Se a conservo só para mim, ela desaparece. Se a difundo, ela cresce dentro de mim e à minha volta. Exprime-o bem o Santo Padre na sua mensagem para o Dia Missionário Mundial, quando afirma que a fé em Deus, neste desígnio de amor realizado em Cristo é, antes de mais, um dom e um mistério que se há de acolher no coração e na vida e pelo qual se deve agradecer sempre ao Senhor. Mas é um dom que nos foi concedido para ser partilhado; é um talento recebido para que dê fruto; é uma luz que não deve ficar escondida, mas iluminar toda a casa. É o dom mais importante que recebemos na nossa vida e que não podemos guardar para nós mesmos, porque o encontro com Cristo como Pessoa viva que sacia a sede do coração só pode levar ao desejo de partilhar com os outros a alegria desta presença e de a dar a conhecer para que todos a possam experimentar. Daí a necessidade de reavivar o entusiasmo da comunicação da fé, para se promover uma nova evangelização das comunidades e dos países de antiga tradição cristã que estão a perder a referência a Deus, e deste modo voltarem a descobrir a alegria de crer. assim entendida e vivida, a fé gera dentro de nós coisas humanamente inexplicáveis. Produz corações enamorados de Deus e apaixonados pela humanidade. Leia-se com os olhos da fé a vida de São Francisco de assis. Entender-se-á a revolução que ele operou na Igreja e na sociedade. Leia-se com os olhos da fé a vida da Madre Teresa de Calcutá feita de inúmeros gestos de caridade que contagiavam os mais pobres. Uma fé – soube-se mais tarde – sofrida até aos últimos dias, que se manifestava no amor concreto aos mais abandonados: Deus tornou-se o faminto, o nu e o sem-abrigo. a fome de Jesus é aquilo que temos de encontrar e aliviar. Leia-se aos olhos da fé a vida de Santa Teresinha do Menino Jesus que neste mês recordamos como a grande padroeira das missões. Essa alma cândida, toda ardente de amor por Cristo, mas provada também ela por uma grande escuridão. Leia-se à luz da fé a vida dos mártires de ontem e de hoje. Uma fé provada e comprovada no testemunho de fidelidade a Cristo, não obstante os cruéis sofrimentos por que passaram. O seu sangue derramado fecunda ainda o terreno da nossa missão. É uma interrogação, também esta, para o mundo que se esqueceu de Deus.