países foram agrupados em três categorias pela organização da JMJ, cada uma com um valor diferente de inscrição. Portugal foi incluí­do no grupo com o valor de inscrição mais alto e alguns jovens questionam os critérios aplicados

países foram agrupados em três categorias pela organização da JMJ, cada uma com um valor diferente de inscrição. Portugal foi incluí­do no grupo com o valor de inscrição mais alto e alguns jovens questionam os critérios aplicados
a austeridade que o nosso país atravessa parece ter passado ao lado dos organizadores da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que vai realizar-se no próximo ano, no Rio de Janeiro, no Brasil. O preço das inscrições foi fixado de acordo com a capacidade económica dos países e Portugal ficou no grupo das nações mais ricas. a decisão deixou perplexos muitos jovens portugueses, que dizem não entender os critérios adotados pela organização. Como é que um país como a Grécia é classificado como sendo do grupo C e Portugal, que está quase tão mal, fica classificado no grupo a juntamente com países como os Estados Unidos e a alemanha?, questiona Joana Carvalho, 18 anos, estudante de ciências farmacêuticas que o ano passado participou na JMJ, em Madrid. Tendo em conta a crise financeira que o nosso país atravessa, não sei se será muito justo colocá-lo no mesmo grupo da alemanha, refere Célia GonçAlves, 21 anos, estudante de radioterapia que em 2011 esteve também na capital espanhola. Eduardo Novo, padre e diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), afirma não reunir dados suficientes para poder comentar os elementos utilizados na classificação dos países. No entanto, adianta que o DNPJ contactou a organização com o intuito de ajustar os preços da inscrição. Nós marcámos uma reunião e estamos neste momento em diálogo aberto com eles para fazer uma exceção a Portugal em virtude, de facto, destas dificuldades, disse. a Fátima Missionária pediu esclarecimentos aos responsáveis pela JMJ mas não obteve qualquer resposta. até agora, o DNPJ tinha uma proposta que rondava os 1400 euros só para o valor da viagem. Este número não nos agrada e queremos baixar, referiu o sacerdote. O nosso desejo e a nossa vontade, e quero expressar isso claramente, é que faremos o melhor para que a relação preço-qualidade da viagem seja a melhor, salientou. Eduardo Novo reconhece que o preço influi imenso e pode ser um entrave à participação de jovens. Com a Jornada Mundial da Juventude de 2013 a decorrer no outro lado do atlântico, o diretor do DNPJ acredita que vai existir uma redução abismal no número de jovens portugueses. Numa altura em que o país vive um período de crise, o sacerdote assegura estar consciente das preocupações dos jovens. O departamento não é alheio a esta realidade e está consciente da grande dificuldade dos jovens terem emprego. No entanto, realça o facto da iniciativa contemplar também uma preocupação social. Um dos objetivos com o valor das inscrições é que se construa um espaço para recuperação e tratamento de toxicodependentes e alcoólicos, refere Eduardo Novo, acrescentando, que desta forma, a fé não se fecha nas quatro paredes, mas que se abre para aquilo que é esta sensibilidade cultural e social junto de toda a humanidade.