Song Ji-young é funcionária do Câmara Municipal de Seúl, onde trabalha como conselheira no departamento laboral dedicado especialmente aos refugiados norte-coreanos à procura de emprego
Song Ji-young é funcionária do Câmara Municipal de Seúl, onde trabalha como conselheira no departamento laboral dedicado especialmente aos refugiados norte-coreanos à procura de emprego Song Ji-young, 34 anos, começou este novo trabalho em janeiro passado, tentando arranjar empregos para os seus conterrâneos que, como ela, escaparam do Norte para encontrar uma vida mais digna a sul da fronteira. Ela diz que muitas vezes os sul-coreanos desconhecem que ela seja oriunda do Norte, pois fala já sem sotaque. Curiosamente, ao contrário da maior parte dos seus conterrâneos que escaparam para Sul, ela deixou para trás uma vida bastante confortável: recebia um bom ordenado fazendo anúncios, por altifalante, do Partido dos Trabalhadores numa fábrica situada numa zona mineira, onde trabalhavam quase cinco mil pessoas. Escapou para a China com a irmã mais nova em 2004, quando soube que a polícia tentava acusar a sua família de espionagem: a polícia foi informada de que ela comunicava com um irmão que tinha escapado para o Sul após ter contraído tuberculose durante a fome dos anos 90. Estiveram só cinco meses na China, porque o medo de serem repatriadas levou-as a escaparem para a Coreia do Sul. Dois anos depois, Song Ji-young conseguiu entrar para a Universidade de Chungang, onde estudou publicidade e relações públicas. O governo sul-coreano concede subsídios especiais às empresas que contratam norte-coreanos, mas Song Ji-young diz que as empresas são ainda muito discriminatórias em relação a eles. O sonho dela é poder encontrar um emprego para todos os norte-coreanos: acabei de começar, mas quero continuar neste ramo e quando as Coreias se reunificarem, espero poder partilhar as minhas qualidades e experiência com o maior número possível de pessoas.