O pagamento dos impostos «é uma obrigação moral» da população, mas o «exagero» pode estar a ser atingindo, afirmou o padre Ví­tor Melí­cias, numa conferência no concelho da Batalha
O pagamento dos impostos «é uma obrigação moral» da população, mas o «exagero» pode estar a ser atingindo, afirmou o padre Ví­tor Melí­cias, numa conferência no concelho da BatalhaVítor Melícias,padre franciscano, foi o orador numa conferência sobre Solidariedade social na sociedade atual, no Reguengo do Fétal, Batalha, na qual fez uma alusão aos acontecimentos políticos mais recentes em Portugal, referindo que é obrigação moral o pagamento de impostos, mas, disse, podemos estar a atingir o exagero. Para o provincial da Ordem Franciscana em Portugal, o dinheiro da Segurança Social é da solidariedade e não do Estado, algo que considera estar a ser ignorado pelo Governo com esta proposta de aumento da taxa paga pelos trabalhadores para esse fim.
O sacerdote defendeu que não deve ser o Estado o executante da solidariedade, mas sim o garante da boa distribuição de recursos e do bom funcionamento das instituições, apontando a necessidade de evitarem entraves como o atraso nos pagamentos ou as exigências exageradas nas condições técnicas e burocráticas impostas às Instituições Particulares de Solidariedade Social.
Citando o vice ministro das finanças alemão, o sacerdote disse que é necessária uma Europa mais franciscana, onde, considera, a lógica do lucro deverá dar lugar a uma nova ética financeira, na lógica do dom e da solidariedade. Para Vítor Melícias, a resposta à crise financeira e social que o país atravessa está na solidariedade entendida como fraternidade, em que todos somos responsáveis por todos, com a consciência de que o que temos é nosso, mas também é dos outros. a intervenção do sacerdote franciscano decorreu na última sexta-feira, 14 de setembro.