Carlos Liz abriu o ciclo de conferências «Conversas Contemporâneas Consolata» onde referiu que «no meio da perturbação», existem formas de «encontrar oportunidades». O orador admitiu ser «comovente» ver uma pessoa no hipermercado com o carrinho cheio
Carlos Liz abriu o ciclo de conferências «Conversas Contemporâneas Consolata» onde referiu que «no meio da perturbação», existem formas de «encontrar oportunidades». O orador admitiu ser «comovente» ver uma pessoa no hipermercado com o carrinho cheio a missão exige partilha, estudo e conhecimento referiu sábado, 15 de setembro, antónio Fernandes, padre superior provincial da Consolata em Portugal, na primeira sessão ciclo de conferências Conversas Contemporâneas Consolata. Carlos Liz,especialista em estudos de mercado e opinião, foi o orador convidado para uma palestra onde frisou que ao longo da história os homens têm atravessado crises fortes e variadas e a vida continua.

Identificando a palavra oportunidade como uma dos vocábulos mais importantes quando se analisa uma realidade perturbada, o orador disse que no meio da perturbação há seguramente formas de encontrar oportunidades porque o mundo não acaba nunca por uma qualquer crise económica, ou social, ou política, ou cultural. a história na sua longa duração tem passado por crises muito fortes e muito variadas e a vida continua, explicou.

Perante a audiência, Carlos Liz falou de um episódio que considera comovente. Cada vez que uma pessoa passa numa caixa do hipermercado, com o seu carrinho relativamente cheio, até onde o conseguiu encher, essa pessoa está a sinalizar que é um vencedor neste tempo. É alguém que provavelmente está empregado, ou alguém que, se está desempregado, conseguiu arranjar maneira de poupar porque tem de pagar, senão o carro não passa, frisou. Para Carlos Liz, os bens hoje adquiridos pelos consumidores são compras de vencedores, de pessoas que sobreviveram, de pessoas que afirmam eu estou aqui’.

a população com idades compreendidas entre os 45 e os 54 anos é, nas palavras do orador, o grupo que está a sofrer mais as consequências da crise atual. Estão profissionalmente ativos, com filhos [que] demoram a sair de casa e que demoram a arranjar emprego. ao mesmo tempo, este grupo tem pais com uma longa vida, uma longevidade difícil de gerir. O orador definiu o grupo desta faixa etária como completamente entalado e, acrescentou, se o desemprego acontece sobre eles, não têm possibilidade de mudar porque de um modo geral têm qualificações baixas e, por isso, uma baixa competitividade no mercado. Simultaneamente, a população que se enquadra nestas idades, tem filhos nos quais investiu para estudarem de uma forma luminosa, mas depois essa luminosidade não acende, disse Carlos Liz.

Referindo-se à casa, enquanto unidade de habitação, o orador referiu que passa o tempo a ouvir declarações de amor à construção. a casa está cada vez mais importante. Nunca a casa foi tão valorizada como agora, é o espaço da liberdade máxima, vejam só o paradoxo, alertou a audiência. Dentro das quatro paredes, janela aberta, o que é que me dá toda a liberdade? a quantidade de ecrãs que eu tenho à minha disposição, disse Carlos Liz, numa palestra com um público atento e curioso. Maria Filomena Pires, do grupo da Mulheres Missionárias da Consolata, considerou a conferência muito profunda e atual. Para ana Linhares, a palestra foi muito pertinente e, disse, serve um bocado de alerta para o futuro.