Epidemia está a alastrar na República Democrática do Congo, já provocou 31 mortos desde agosto e as autoridades de saúde estão preocupadas com o evoluir da situação, que classificam de muito grave
Epidemia está a alastrar na República Democrática do Congo, já provocou 31 mortos desde agosto e as autoridades de saúde estão preocupadas com o evoluir da situação, que classificam de muito grave Será o primeiro caso do género no mundo e está a ser acompanhado de muito perto pelos serviços de saúde internacionais. No final desta semana, uma mulher infetada com o vírus Ébola, deu à luz um bebé que se presume estar também infetado, na região de Isiro, na República Democrática do Congo, onde a epidemia está a alastrar de forma alarmante, revelou à Fátima Missionária um missionário da Consolata. Desde o início de agosto, o número de vítimas do Ébola duplicou na província oriental do país – sobretudo em Isiro e Viadana – e o número de mortos ultrapassa já as três dezenas. as autoridades sanitárias têm ainda mais de 60 casos identificados e perto de 600 suspeitas de pessoas infetadas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a situação é muito grave. Diz-se que a epidemia alcançou o seu pico máximo, mas permanecemos atentos, porque a fase de abrandamento ainda não começou e não podemos considerar que esteja sob controlo. Os infetados foram internados no Hospital Geral de Isiro e, por receio, as pessoas evitam circular nas imediações do edifício, adiantaram os missionários presentes no local, em declarações à agência Misna. Não existe um tratamento específico para o Ébola, uma virose que se manifestou pela primeira vez em 1976 no Zaire (agora Congo), e que reaparece ciclicamente em vários países da África Central: Uganda, Quénia, Ruanda e Tanzânia. a fase mais letal aconteceu em 2000 e matou 225 pessoas. O índice de mortalidade do vírus ronda os 90 por cento. Segundo Richard Larose, missionário da Consolata, já chegou uma equipa dos Médicos Sem Fronteiras a Isiro, assim como um laboratório móvel dos Estados Unidos da américa. a preocupação é grande, pois na memória de todos está ainda grande epidemia anterior, que atingiu também os religiosos, provocando a morte a cinco deles. No Congo há décadas que o setor da saúde se encontra abandonado à sua própria sorte, em resultado da degradação cada vez maior. Há falta de vontade política, incapacidade do Estado e falta de dinheiro. Isto levou o sistema de saúde a andar a duas velocidades, denunciaram à Misna, fontes da sociedade civil. O problema, agora, é o Ébola. Mas muitas pessoas morrem em silêncio de cólera, malária, desnutrição e diarreia, patologias que podiam ser facilmente curadas, salientou a mesma fonte.