Cerca de 17 milhões de iranianos vivem em bairros de lata. O Banco Mundial financia um projecto de reabilitação em três cidades do país.
Cerca de 17 milhões de iranianos vivem em bairros de lata. O Banco Mundial financia um projecto de reabilitação em três cidades do país. No Irão, foi lançado um projecto a nível nacional para melhorar a vida nos os bairros pobres da periferia de três cidades. Nos próximos oito anos, estão planeadas intervenções em outras cinco cidades. Depois de um projecto-piloto de três meses na cidade de Zahedan, o projecto está ser implementado nas cidades de Kermanshah e de Bandar abbas. O Banco Mundial concedeu um empréstimo de 85 milhões de dólares para cobrir os custos dos primeiros quatro anos de intervenção. “O nosso principal objectivo é diminuir a pobreza nos bairros periféricos”, afirmou Farzin Khazraei, director da empresa que estuda a aplicação do projecto em Zahedan.
Os bairros de lata são um problema em contínuo crescimento no Irão. Há um grande êxodo em direcção às cidades, acelerado pelos oito anos de guerra com o Iraque. “Os dados mais optimistas falam de 15 por cento de iranianos a viver em bairros de lata, mas há quem fale de 25 porcento, ou seja, 17 milhões de pessoas”, disse Khazraei.
a cidade de Zahedan é um bom exemplo. as condições de vida são muito duras, agravadas pela seca, pelas tempestades de areia e pelos os contrabandistas, que chegam das montanhas com droga. São onze bairros de lata, com 235 mil habitantes, um terço da população. Não há acesso à saúde nem à educação, as condições sanitárias são impróprias para a vida humana e não há água potável. a criminalidade é alta e o consumo de droga está em aumento.
“as comunidades dos bairros de lata perderam a esperança e a identidade. Não sentem qualquer ligação ao lugar onde vivem nem aos vizinhos”, comentou Khazraei. ” a reabilitação sem a participação da comunidade só leva a mudar de um bairro para outro. a comunidade tem que participar em todas as etapas. Temos que ouvir as pessoas sobre o que querem para a sua vida. Só assim podemos criar esperança e identidade”.