Bispo auxiliar do Porto inspirou-se nas palavras de São Pedro para pedir aos cristãos, que em conjunto e sem lamúrias, se assumam como «construtores de uma sociedade solidária»

Bispo auxiliar do Porto inspirou-se nas palavras de São Pedro para pedir aos cristãos, que em conjunto e sem lamúrias, se assumam como «construtores de uma sociedade solidária»
as dificuldades económicas em Portugal são uma evidência, as mudanças estruturais são indispensáveis, mas quem está a morrer de fome não pode esperar pela resolução destes problemas. Precisa de gestos concretos e não de sentimentos genéricos de solidariedade. Precisa que a sociedade em geral e os cristãos em particular se façam presentes na caridade. Sem rodeios, o bispo auxiliar do Porto, Pio Alves, disse aos peregrinos presentes quarta-feira à noite no Santuário de Fátima: sem a caridade, feita de gestos concretos, de pouco ou nada servem práticas de cariz religioso. Como cidadãos, temos o direito e o dever de, livremente, manifestar a nossa concordância ou discordância com o rumo traçado para a sociedade; como cristãos, temos obrigação de não nos alhearmos dos reais problemas da sociedade e de, com realismo, cooperarmos para alimentar a esperança, afirmou o prelado na abertura da peregrinação internacional aniversária de setembro. Neste apelo à generosidade, Pio Alves realçou a importância dos fiéispensarem primeiro em quem está mais próximo – familiares, vizinhos e amigos – sob pena de ficarem apenas comsentimentos genéricos de solidariedade caso lancem o olhar para muito longe. Segundoo bispo, o importante nesta fase conjuntural não é tanto encontrar culpados dos desastres sociais, mas responder com ações concretas à pergunta: que posso eu fazer pelo verdadeiro progresso daqueles que me são mais próximos?. Quem está a morrer de fome não poderá esperar um ano, um mês, uma semana que seja até que se resolvam problemas estruturais,frisou Pio Alves, desaprovando os que acusam de assistencialismo quem, no dia a dia, responde, com obras, à fome, à sede, ao frio. É lamentável a pobreza! Mais lamentável ainda que possa haver quem (pessoas ou instituições), sub-repticiamente, possa viver à custa da pobreza alheia, adiantou