arcebispo de Braga apelou aos fiéis que adoptem o «silêncio ouvinte», «sinal da ausência momentânea dos problemas sociais, das pressões da comunicação social e da publicidade enganosa»
arcebispo de Braga apelou aos fiéis que adoptem o «silêncio ouvinte», «sinal da ausência momentânea dos problemas sociais, das pressões da comunicação social e da publicidade enganosa» Qual o contributo que a Igreja, a comunidade dos discípulos de Cristo, poderá oferecer à cultura e à sociedade?, questionou Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, na homilia do último domingo, 9 de setembro, no Santuário da Senhora do Carmo da Penha, em Guimarães, Capital Europeia da Cultura. Perante centenas de fiéis, o prelado fez um convite à reflexão: À medida que subíeis a montanha em direção a este Santuário, tendo os cânticos marianos por melodia e as árvores por companhia, o barulho citadino desaparecia e o silêncio da natureza impunha-se. Pois bem, continuou, o grande contributo que a Igreja pode oferecer é este silêncio, o primeiro património imaterial da humanidade!.

O arcebispo usou as palavras de Sophia de Mello Breyner para explicar que o silêncio a que se referia não era um silêncio qualquer, mas um silêncio ouvinte, sinal da ausência momentânea dos problemas sociais, das pressões da comunicação social, da publicidade enganosa, das agendas sobrecarregadas e dos valores politicamente subvertidos. Ousemos todos ter tempo para ouvir o silêncio, por ele mesmo, ou como resultado duma reflexão pessoal, apelou.

Na sua homilia, Jorge Ortiga fez referência ao ano da Fé, uma proposta de Bento XVI à Igreja para comemorar os 50 anos do Concílio Vaticano II. Peço-vos que não vos envergonheis da vossa fé, por muito que isso vos custe, pediu o arcebispo de Braga. Sem a fé, a sociedade aborta o amor, que Deus plantou nela, gerando-se a anarquia total! aliás, todos os cataclismos sociais da história universal foram exclusivamente a consequência da negação de Deus e do seu amor. E nalguns casos, por culpa dos cristãos que se inibiram a propor a fé, deixando o mundo surdo e mudo de Deus!, disse. a homilia de Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, foi proferida na eucaristia da peregrinação anual do arciprestado de Guimarães/Vizela ao Santuário da Senhora do Carmo da Penha, em Guimarães.