Os órgãos de comunicação social da Igreja precisam de aprender a trabalhar em rede e os sacerdotes já não devem limitar-se ao contacto direto com os fiéis, mas aproveitar a internet para evangelizar, defendeu um dos intervenientes no Simpósio do Clero
Os órgãos de comunicação social da Igreja precisam de aprender a trabalhar em rede e os sacerdotes já não devem limitar-se ao contacto direto com os fiéis, mas aproveitar a internet para evangelizar, defendeu um dos intervenientes no Simpósio do CleroMudam-se os tempos, mudam-se os paradigmas de evangelização. João aguiar, presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença, deixou esta quinta-feira, 6 de setembro, um desafio aos mais de 400 sacerdotes que participam no sétimo Simpósio do Clero, em Fátima. O padre não deve ficar unicamente no seu espaço [na comunidade], a falar sempre para os mesmos, mas sentir-se um missionário do continente digital, que é hoje uma enorme terra de missão, disse o cónego, incitando os presbíteros a explorarem mais as ferramentas do mundo virtual. É no ciberespaço que hoje moram milhões de destinatários da nossa proposta. E as pessoas que o habitam têm direito a que lhes seja apresentado o Nome que está acima de todos os nomes. as novas tecnologias fizeram-nos imigrar para um território digital, dando vida a uma nova cultura, a um novo modo de ser homem ou ser mulher. Nasceu um novo modo de pensar, uma nova cultural digital. Se não a percebermos e habitarmos, a nossa comunicação fracassa, adiantou João aguiar. Para que se concretize esta integração, é necessária uma reformulação da própria comunicação social ligada à Igreja Católica. Continuamos cada um a querer fazer o seu jornal, a sua rádio, a publicar as suas coisas, às vezes até a duplicar esforços, investimentos e despesas, e ainda não aprendemos a trabalhar em rede, disse o sacerdote. No seu habitual tom assertivo e bem-humorado, exortou os presentes e os ausentes a refletirem sobre a identidade dos seus meios e partirem para novos terrenos de evangelização, com propostas corajosas. Se não faço propostas, não respeito aquele em quem acredito, sublinhou. No debate desta quinta-feira, dedicado aos desafios da fé, Jorge Vilaça, da Pastoral dos Doentes, conseguiu emocionar a plateia com cinco histórias reais, a que chamou de milagres. assistente espiritual num hospital da zona metropolitana de Lisboa, deixou um testemunho impressionante, de alguém que lida todos os dias com o sofrimento e o encara como uma bênção. Citando o escritor Mia Couto, o sacerdote diz que se limita a ser um afinador de silêncios. a fé de que o sofrimento não é a última palavra, é o que aguenta no dia a dia. Se não fosse sacerdote, se a fé não me guiasse, não conseguia exercer este ministério, confessou à Fátima Missionária. Já Hélder de Sá, apresentou um breve guião para a vida de um sacerdote, salientando que é fundamental o presbítero viver apaixonado pelo ministério e saber lidar bem com as paixões, evitando isolar-se do convívio com outros sacerdotes. E deve demonstrar maturidade, simplicidade e humildade. O Simpósio termina esta sexta-feira com um conferência do cardeal-patriarca de Lisboa, José Policarpo, dedicada ao tema O Padre, peregrino da fé.