Filmes sobre a Igreja Católica têm prestado «uma justa homenagem» à figura do sacerdote, disse uma especialista em cinema, no sétimo Simpósio do Clero, em Fátima
Filmes sobre a Igreja Católica têm prestado «uma justa homenagem» à figura do sacerdote, disse uma especialista em cinema, no sétimo Simpósio do Clero, em Fátima a opinião pode não ser consensual mas tem fundamento técnico. Para Margarida avillez ataíde, do grupo de cinema do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), a figura do padre tem sido bem tratada pela sétima arte ao longo das últimas décadas, apesar da diferença de estilos e temas desenvolvidos por realizadores de várias partes do mundo. O olhar tem sido muito plural, mas de uma forma geral, os filmes sobre a religião católica têm prestado uma homenagem justa, séria e sensível aos sacerdotes, disse a especialista. Convidada a explorar a forma como os padres têm sido olhados pelo mundo cinematográfico, no âmbito do sétimo Simpósio do Clero,Margarida ataídeapresentou-se em Fátima com uma longa lista de filmes relacionados com a temática do divino. Hoje, se calhar, existem menos obras a perscrutar a figura do padre. No entanto, nota-se a preocupação de procurar um olhar mais profundo ao mistério e ao ministério do sacerdote, esclareceu. Exemplo disso foi a curta metragem que escolheu para exibir à plateia de mais de 400 sacerdotes que participam no encontro. Corpo Celeste, de alice Rohrwacher, uma jovem realizadora italo-germânica não católica, mostra um olhar atual e fresco sobre a procura de Deus e o significado do sacramento do Crisma numa adolescente. a trama desenvolve-se numa pequena comunidade da região de Calábria, no sul de Itália, e revela um conjunto de personagens em conflito com a sua identidade pessoal e religiosa. No final, as reações foram diversas. Houve quem tivesse lido’ o filme como uma espécie de ridicularização da figura do sacerdote e quem o entendesse como um retrato fiel do que se passa em algumas paróquias. Para Luciano Guerra, ex-reitor do Santuário de Fátima, a película pode servir como um alerta. Uma chamada de atenção para que a nossa teologia deixe de ser uma teologia astral e tente descer à realidade, sem cair no maniqueísmo, afirmou o sacerdote. O encontro prossegue esta quinta-feira, 6 de setembro, com debates e conferências sobre os desafios da fé.