Centenas de africanos vivem encerrados em condições de insalubridade em centros de acolhimento e correm o risco de serem deportados para os seus países de origem. as mulheres queixam-se de abusos e torturas
Centenas de africanos vivem encerrados em condições de insalubridade em centros de acolhimento e correm o risco de serem deportados para os seus países de origem. as mulheres queixam-se de abusos e torturasMaltratados, encerrados em locais sem o mínimo de condições e em perigo de expulsão do país. Estas são as condições em que se encontram centenas de imigrantes da África Subsaariana nos centros de alojamento temporário em várias zonas da Líbia, segundo a agência Habeshia para a Cooperação e Desenvolvimento, dirigida pelo padre Mussie Zerai. Os militares líbios estão a obrigar estas pessoas a registar-se nas embaixadas dos seus países com o intuito de as expulsarem. Esta atitude, acompanhada de violência física é contrária ao direito humanitário internacional, afirma Zerai, acrescentando que se encontram centenas de imigrantes detidos em três centros, em Hums, Tuewshia e Bengasi. a maioria é oriunda da Eritreia, Etiópia e Somália. Segundo o sacerdote, são inúmeros os casos de abusos contra mulheres e menores, de torturas e de obrigatoriedade de realização de trabalhos forçados. Nos últimos dias, terão sido mortos pelo menos três imigrantes e se algum tenta fugir é sujeito a espancamentos violentos quando é capturado. Fontes citadas pela agência Misna adiantam mesmo que a tentativa recente de alguns imigrantes fugirem numa embarcação para a Europa foi travada com o uso de armas de fogo, desconhecendo-se o número de vítimas. De uma Líbia democrática esperávamos maior respeito pelos direitos humanos e uma luta séria contra o racismo de que são vítimas os africanos. E uma luta implacável contra qualquer forma de discriminação por razões étnicas ou religiosas, refere o responsável pela agência Habeshia.