Nos últimos domingos, o evangelho apresentou Jesus como o Pão vivo descido do céu. Tais afirmações escandalizaram muitos ouvintes, tal como as autoridades religiosas que murmuraram e as contestaram. agora são os que O acompanham que se escandalizam
Nos últimos domingos, o evangelho apresentou Jesus como o Pão vivo descido do céu. Tais afirmações escandalizaram muitos ouvintes, tal como as autoridades religiosas que murmuraram e as contestaram. agora são os que O acompanham que se escandalizamPalavras duras Depois das palavras de Jesus, temos a reação dos ouvintes. Uma reação nada positiva, perante as exigências da proposta de Jesus. acham as suas palavras demasiado duras e exigentes, sentem-se incapazes de viver essa proposta na sua vida. No fundo, recusam-se a aceitar a nova lógica de Jesus. Preferem continuar na lógica do mundo, seguir as suas ambições terrenas, em vez de se disponibilizarem a viver a lógica da partilha que leva à vida plena que Jesus tinha proposto. O alimento oferecido por Jesus tem como consequência o saber viver de acordo com este alimento. É exatamente esta exigência que o grupo de discípulos se recusa aceitar e, portanto, murmura contra Jesus. acha a proposta inaceitável. Esta atitude ainda hoje está muito presente entre os que se declaram discípulos de Jesus. Diante de algumas propostas de Jesus, acham-nas duras e desacreditam-nas, tantas vezes apoiando a sua decisão na desculpa da desatualização do conteúdo. afinal, muitas vezes, trata-se apenas de uma simples recusa em abandonar os velhos esquemas, para aceitar a novidade de Jesus. Confirmação Confrontado com a decisão do grupo dos discípulos, Jesus prossegue, de imediato, com a resposta. Confirma quanto já tinha afirmado anteriormente e corrobora que só este alimento dá a verdadeira vida. Quem o recusa, está a afastar-se da verdadeira vida. No fundo, a sua resposta serve também de aviso. a proposta de Jesus é para todos, no entanto, cabe a cada um tomar a sua decisão: pode aderir ao seu projeto ou abandonar o barco. Jesus está consciente de que nem todos são capazes de entender, de que nem todos estão dispostos a aceitar este projeto. Não encontramos n’Ele uma atitude agressiva, mas a atitude de alguém que está certo daquilo que afirma.com carinho avisa e alerta para as atitudes erradas que podem ser tomadas. a atitude correta foi declarada, agora cabe ao discípulo responder. abandono e fidelidade as palavras duras de Jesus levaram um grupo de discípulos a abandoná-lo. a partir daquele momento, deixaram o Mestre. Terá sido um momento crítico para o grupo que seguia Jesus, ao ponto que o Mestre se sente obrigado a pedir a confirmação àqueles que ainda continuam a segui-Lo: Também vós quereis ir embora?. Estas palavras são também dirigidas a nós, ao longo da nossa caminhada. Por vezes perdemos o fervor do seguimento de Jesus; começamos a ficar para trás; ficamos seduzidos por tantas outras propostas tão ou mais apetecíveis, que hoje o mundo apresenta. O confronto com tal pergunta obriga-nos a rever a nossa vida e a confirmar a nossa adesão ao projeto de Jesus. a resposta do grupo fiel a Jesus coube a Simão Pedro: Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus. Pedro dá a resposta correta. É a resposta que hoje se exige ao discípulo fiel. Uma resposta em que se reconhece a dificuldade de entender e viver as palavras de Jesus no contexto deste mundo, mas que permanecem como palavras de vida eterna, as únicas que oferecem a vida plena. Só escutando Jesus e aderindo ao seu projeto fielmente, se poderá alcançar a verdadeira vida, isto é, a felicidade plena.