as conversões não são do passado. acontecem ainda hoje. No meio do laicismo e relativismo que nos envolve, também se respiram outros ares. Disse-o recentemente numa mensagem o arcebispo de Burgos, D. Francisco Gil
as conversões não são do passado. acontecem ainda hoje. No meio do laicismo e relativismo que nos envolve, também se respiram outros ares. Disse-o recentemente numa mensagem o arcebispo de Burgos, D. Francisco GilSão casos de um verdadeiro retorno a Deus. D. Francisco cita autores franceses como Sylvie Germain cujas obras começam a seduzir pessoas na laica França e mesmo além das suas fronteiras. Nas páginas deLe Figaro, François Tallandier, outro talentoso escritor da nova literatura francesa, explicou as razões da sua silenciosa conversão ao catolicismo, depois de longos anos de profundo cepticismo. Cita também F. Hadjadj, outra referência na cultura francesa. Um escritor e intelectual judeu que se converteu ao catolicismo depois de uma longa fase de niilismo. E cita ainda a italiana alessandra Borghese e a espanhola Maria Nájera. Sem esquecer o próprio Dactec, um intelectual excêntrico e controverso, que se atreveu a gritar em público que não há futuro para a humanidade fora de Cristo. D. Francisco Gil chama a atenção para outro fenómeno. Não se trata de conversões em sentido estrito, mas de decisões de pessoas de relevo na sociedade que entram em mosteiros de clausura. É sintomático o caso de akiko Tamura. Tem 37 anos e uma brilhante carreira como cirurgiã torácica na Clínica Universitária da Universidade de Navarra. Depois de uma experiência prática na Universidade de Harvard e de uma especialidade no Hospital de Massachussets, foi para Pamplona, onde conseguiu um grande prestígio profissional. Na última quinta-feira santa, conforme ela mesma contou em entrevista ao jornal espanhol aBC, estava no meu carro, bem tranquila, e de repente, dentro do meu coração, notei claramente que Deus me pedia para ser carmelita descalça. Não ouvi vozes nem tive visões; só senti uma paz e um amor de Deus indescritível. Eu nunca teria pensando em entrar como freira para um convento, prossegue ela, mas sente que é o plano de Deus. Tamura acaba de entrar como carmelita descalça no convento de Zarautz. Francisco Gil não se fica por aqui. Refere ainda as religiosas da Iesu Communioque poderiam contar-nos muitos casos parecidos. Não foram poucas as que deixaram a profissão, como engenheiras, arquitetas e médicas, e hoje são loucamente felizes vestindo um tosco e singelo hábito. Sem entrar nos muros de um convento – continua o arcebispo de Burgos – quantos profissionais de prestígio, estudantes universitários, donas de casa e jovens já descobriram no meio da rua a verdade do que Santa Teresa de Jesus dizia com grande convicção: Só Deus basta. No fundo, esta é a razão de aderirem à fé tantos profetas e apóstolos do niilismo e do cepticismo, ou de saírem da letargia religiosa tantos crentes mornos, que se transformam em verdadeiros crentes e apóstolos.