Em Marikana, na periferia de Pretória, disparos da polícia mataram, pelo menos, 30 grevistas. Os mineiros estariam armados com facões e lanças, na ação mais letal numa semana de greve marcada por por episódios de violência
Em Marikana, na periferia de Pretória, disparos da polícia mataram, pelo menos, 30 grevistas. Os mineiros estariam armados com facões e lanças, na ação mais letal numa semana de greve marcada por por episódios de violênciaOs distúrbios na mina de Marikana começaram a 10 de agosto. Pelo menos 30 mineiros que se manifestavam, morreram até esta quinta-feira, 16 de agosto, por disparos das forças de segurança, confirmou hoje o ministro sul-africano da Polícia, Nathi Mthethwa. a emissora Talk Radio 702 informou que há muitos feridos na mina de platina da empresa Lonmin, em Marikana, a 100 quilómetros de Joanesburgo, onde os agentes abriram fogo contra mineiros armados com machetes e paus. a Polícia fez tudo o que pôde, mas os mineiros disseram que não deixariam o local e que estavam dispostos a lutar, comentou o ministro, falando do incidente que causou comoção na África do Sul e evocou a violência do apartheid. Em comunicado oficial, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, declarou-se comovido e consternado por esta violência sem sentido. E acrescentou: acreditamos que há espaço suficiente na nossa ordem democrática para resolver qualquer disputa mediante o diálogo, sem violência e sem desrespeitar a lei. Os distúrbios na mina começaram na sexta-feira passada e, antes da tragédia desta quinta, 17 de agosto, já haviam falecido dez pessoas em incidentes violentos entre os próprios manifestantes e em confrontos dos mineiros com as forças de segurança. O conflito começou pela disputa entre dois sindicatos rivais, a associação de Trabalhadores da Mineração e Construção e a União Nacional de Mineiros, iniciada há uma semana, logo após a declaração de uma greve. a Polícia desdobrou desde então um amplo dispositivo para conter os manifestantes, que a imprensa sul-africana calculou em cerca de três mil pessoas.