Fim-de-semana de violência no Uzbequistão. Governo é acusado de usar a desculpa da luta contra o terrorismo para reprimir as manifestações populares. Imprensa internacional aponta já para 500 mortos.
Fim-de-semana de violência no Uzbequistão. Governo é acusado de usar a desculpa da luta contra o terrorismo para reprimir as manifestações populares. Imprensa internacional aponta já para 500 mortos. Mais de 900 pessoas provenientes de andijon, Uzbequistão, permanecem refugiadas na fronteira com o Quirguistão. Fogem da violência, lançada pelo primeiro-ministro Islam Karimov. Contam-se já 500 vítimas desde o dia 13 de Maio, segundo a imprensa internacional.
Um grande descontentamento em relação ao governo levou ao levantamento popular. Tentativas de negociação falharam, conduzindo à adopção de um sistema de repressão.
O ministério da saúde quirguistanês informou que os deslocados são assistidos em refúgios na fronteira. as Nações Unidas (ONU) esperam um fluxo contí­nuo de refugiados, com muitos feridos, idosos, crianças e mulheres. “até agora as autoridades do Quirguistão estão em condições de actuar, mas a ONU está a preparar-se”, afirmou Jerzy Skuratowicz, responsável do programa de desenvolvimento da ONU no país.
O ministro de negócios estrangeiros russo, Serguiei Lavror, expressou preocupação pela violência no Uzbequistão e relacionou a revolta com “representantes de grupos talibãs”, informou a agência de notícias russa Itar-Tass. “Estão envolvidos muitos grupos de pessoas provenientes da região, do afeganistão e dos campos talibãs. algumas destas são procuradas por terrorismo”, continuou o ministro.
O Observatório dos Direitos Humanos (HRW) acusou o governo do Uzbequistão de ter dado ordens para disparar sobre os manifestantes. “O governo não pode usar a guerra contra o terrorismo para justificar disparos sobre os manifestantes. O governo tem o dever de manter a ordem, mas tem que respeitar a lei”, afirmou Holly Cartner, responsável do HRW para a Ásia Central.