Militares obrigados a abandonar posto de controlo nas montanhas da cordilheira central andina, na Colômbia. Não conseguiram resistir à pressão de centenas de indígenas Nasa, que os enfrentaram sem armas, mas com muita unidade e determinação
Militares obrigados a abandonar posto de controlo nas montanhas da cordilheira central andina, na Colômbia. Não conseguiram resistir à pressão de centenas de indígenas Nasa, que os enfrentaram sem armas, mas com muita unidade e determinação a guarda indígena do povo Nasa voltou a fazer história na Colômbia. Na terça-feira, centenas de guardas’ armados apenas com o bastão de madeira que os identifica, subiram ao monte Las Torres, no município de Toribio, no Vale do Cauca, e expulsaram o batalhão do exército que assegurava a vigilância às antenas de comunicações. Chegaram a verificar-se um ou dois disparos de tiros para o ar, alguns confrontos físicos entre os índios e os soldados, mas não há registo de feridos. Perante a pressão popular, os militares viram-se obrigados a abandonar o território. Isto nunca se tinha visto antes. Tiraram-nos da base. Eles não têm armas, mas são muitos e a ideia é não entrar em confronto. acho que isto está apenas a começar, afirmou um soldado, citado pelo jornal El Tiempo. Durante o processo de expulsão, com momentos de grande tensão, Luís acosta, coordenador da guarda indígena, apelou à calma: não agridam os militares, ajudem a recolher as suas coisas e não se deixem provocar nem causem desordens. Os representantes da comunidade anunciaram que o local será guardado nos próximos dias por 250 guardas indígenas. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reagiu com indignação ao comportamento dos indígenas. Classificou os factos como inaceitáveis, que devem ser investigados. O nosso inimigo é o grupo terrorista das FaRC e não os indígenas. No entanto, tudo tem o seu limite. Não vamos permitir ataques contra quem nos defende, disse o Chefe de Estado, sublinhando que a Força Pública tem ordens para não ceder um centímetro de terra, seja no Cauca ou noutra parte do território. além do exército, os indígenas exigem também aos guerrilheiros que abandonem a região.