Presidente do organismo tutelado pela Igreja Católica considera que não existe espaço para aumentar a carga fiscal sobre os portugueses. Para Eugénio Fonseca o prazo de pagamento da dívida pública deve ser alargado e o esforço melhor distribuí­do
Presidente do organismo tutelado pela Igreja Católica considera que não existe espaço para aumentar a carga fiscal sobre os portugueses. Para Eugénio Fonseca o prazo de pagamento da dívida pública deve ser alargado e o esforço melhor distribuí­doO nosso povo já não consegue suportar mais medidas de austeridade. Por muito boa vontade que tenha para ajudar o país a superar a situação gravíssima em que se encontra, já deixou de ter condições para o fazer porque a sua vida atingiu o limite do que é razoável, afirmou esta quinta-feira o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, em declarações à agência Ecclesia. Segundo o responsável, as famílias portuguesas já não aguentam mais impostos, pelo que o acordo com a troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) deve ser revisto e o prazo de pagamento alargado. Não está em causa pagar-se a dívida, mas no quadro da solidariedade que se impõe à União Europeia, a que pertencemos, deve dar-se um prazo maior, sustentou. Eugénio Fonseca criticou a obsessão do governo pela superação do défice a qualquer custo e pediu maior equidade social na distribuição dos encargos decorrentes do compromisso internacional. Tem-se prejudicado essencialmente a classe média, que está totalmente esfrangalhada, e não se tem ido, muitas vezes, aos rendimentos dos que os possuem em maior abundância, justificou. Se temos sido tão bem comportados nos compromissos assumidos, há que estar de cabeça levantada e exigir prémios por eles. E não é favor nenhum que a troika nos possa fazer. Pode estar em causa a soberania do país se não acautelamos a salvaguarda dos valores e de obtenção de condições de vida para a nossa gente, sublinhou o presidente da Cáritas Portuguesa.