a missão é a proposta natural de Jesus aos que o seguem de perto, sem a missão não existe discí­pulo de Jesus
a missão é a proposta natural de Jesus aos que o seguem de perto, sem a missão não existe discí­pulo de JesusOs discípulos foram chamados por Jesus para o acompanharem enquanto Jesus pregava a chegada do Reino de Deus. Seguindo o Mestre, eles escutaram os seus ensinamentos, viram os seus gestos, as suas atitudes. aprenderam o que significava ser discípulos de Jesus de Nazaré. agora Jesus envia-os para a missão. Dois a dois

O evangelho começa por dizer que Jesus convoca os seus discípulos e os envia dois a dois. Esta decisão foi-me sempre difícil de entender, tanto mais que um outro evangelista acrescenta que Jesus os enviou às cidades que Ele mesmo deveria ir depois. Ora numa visão de eficácia diria que se Jesus os tivesse enviado individualmente, o número de locais visitados teria sido muito maior. Deste modo reduziu para metade os efeitos da ação dos discípulos.

Temos aqui as primeiras lições sobre a missão. a missão não é medida pela eficácia do mundo moderno. Não se trata de conseguir chegar ao maior número de locais possíveis, mas de levar uma mensagem que seja assumida por aqueles que a recebem. Uma segunda lição é que a missão não é algo a realizar individualmente, mas é comunitária. Esta é uma característica muitas vezes esquecida. Não se trata de enviar aventureiros, mas uma comunidade (duas pessoas é o mínimo para a formar) que é enviada em missão. O poder de testemunho de uma comunidade é bem superior ao testemunho de um só indivíduo. O mais importante é a mensagem que se irá transmitir.

Recomendações

ao serem enviados os discípulos recebem algumas recomendações não devem levar muitas coisas na viagem, pois se as levassem, tornar-se-iam pesados e dificilmente iriam conseguir realizar a missão. Na verdade, o que aqui está em jogo é que a centralidade de toda a missão está na mensagem, naquilo que se irá anunciar. O sucesso da missão não depende dos muitos ou poucos instrumentos que se usa na missão. Tudo gira à volta da mensagem que os discípulos irão levar. Esta é de tal maneira potente, que não precisa de grandes instrumentos, contanto que o discípulo não se coloque na frente da mensagem de que é portador.

Hoje

ao ler estas palavras, devemos certamente confrontar a nossa realidade. Jesus continua a enviar em missão, mas cada vez menos nos sentimos enviados. Cada vez mais as nossas comunidades se fecham sobre si mesmas e sobre os seus problemas. a mentalidade é que temos tantas necessidades aqui, porquê ir lá longe? assim, esquece-se a missão. Outro perigo é o do enviado se sentir um aventureiro, que vai em nome próprio, pensa que tudo depende da sua generosidade e das suas capacidades. Deste modo a centralidade da missão fica de lado. Tudo gira à volta do enviado. Mas, não! Quem parte é enviado em nome de uma comunidade, em nome de Jesus, para levar Jesus. Ele deve ser o centro de tudo.

Nunca como hoje tivemos tantos meios para apresentar Jesus. No entanto, as nossas comunidades tornaram-se pesadas, incapazes de responder aos anseios do tempo de hoje. É preciso recuperar a simplicidade e a leveza de que nos fala o evangelho. Iremos recuperar o folgo para continuar a levar a mensagem da vida ao mundo cada vez mais sofredor.