a Igreja Católica gostava que as pessoas que deixaram ví­nculos laborais seguros nas suas empresas para abraçarem ações de cooperação no estrangeiro encontrassem mais apoio e reconhecimento no regresso a Portugal
a Igreja Católica gostava que as pessoas que deixaram ví­nculos laborais seguros nas suas empresas para abraçarem ações de cooperação no estrangeiro encontrassem mais apoio e reconhecimento no regresso a Portugal as dificuldades sentidas na reintegração profissional dos voluntários que deixaram a suas vidas profissionais para participarem em projetos solidários no estrangeiro, de forma gratuita, estão a deixar a Igreja católica preocupada. Muitas pessoas tinham emprego estável e despediram-se para partir em missão durante um ou mais anos; no regresso vivem na incerteza e tudo volta à estaca zero, afirmou a responsável pela Rede de Voluntariado Missionário da Fundação Fé e Cooperação (FEC), em declarações à agência Ecclesia. De acordo com Patrícia Fonseca, a demissão do posto de trabalho revela que os voluntários não partem para fazer uma experiência exótica mas têm um projeto de vida que querem cumprir ao serviço de outras pessoas. Por isso, o ideal seria que as contribuições à Segurança Social para efeitos de reforma, feitas pelas associações a que os voluntários pertencem durante o tempo de missão, tivessem um acréscimo para que o Estado concedesse um apoio à reintegração durante seis meses, após o regresso a Portugal, sugere a responsável. Esta ideia, aliás, já foi proposta ao governo pela FEC, no âmbito do processo da revisão da lei do voluntariado que está a ser conduzido pelo Ministério do Trabalho e da Segurança Social. a cooperação inspirada pela perspetiva cristã, o denominado voluntariado missionário, é uma revolução silenciosa que, com passos curtos mas firmes, está a mudar consciências e mentalidades, sublinha Patrícia Fonseca, acrescentando que os voluntários, sobretudo os que trabalham nas áreas da formação, educação, saúde e evangelização, ganham outra visão do mundo e voltam com aprendizagens que nem lhes passava pela cabeça que pudessem ter.