O islamita Mohammed Mursi assumiu, neste sábado, 30 de junho, o cargo de presidente do Egito diante do Tribunal Constitucional, no Cairo. é o primeiro civil a tornar-se chefe de Estado no país e o quinto presidente da República do Egito
O islamita Mohammed Mursi assumiu, neste sábado, 30 de junho, o cargo de presidente do Egito diante do Tribunal Constitucional, no Cairo. é o primeiro civil a tornar-se chefe de Estado no país e o quinto presidente da República do EgitoJuro por Deus, que é grande, preservar com lealdade o sistema republicano, respeitar a Constituição e a lei, ter em consideração os interesses do povo de maneira total e preservar a independência da pátria, a sua integridade e o seu território, declarou Mohamed Mursi. De azul escuro e gravata vermelha, o novo presidente prestou juramento diante do plenário, presidido pelo juiz Farouk Sultan, que lidera também a Comissão Eleitoral Presidencial. Em seguida, proferiu um breve discurso em que destacou a importância do Tribunal Constitucional. Inicialmente, Mursi queria fazer o juramento no Parlamento, dissolvido por uma decisão do tribunal, que identificou irregularidades na sua composição.

Respeito e valorizo o Tribunal Constitucional e as suas decisões judiciais, afirmou, classificando-o como uma componente fundamental para construir o futuro do novo Egito, onde deve existir uma verdadeira democracia e estabilidade. É do interesse de todos que o tribunal permaneça independente, forte, efetivo, sem que ninguém tenha influência sobre ele, uma instituição livre num país livre. Tendo renunciado à sua militância na Irmandade Muçulmana, após a vitória nas eleições, o presidente Mursi manifestou o seu respeito ao poder judiciário e legislativo. Desempenharei o meu papel para garantir a independência destes dois poderes e do executivo, garantiu. Dias antes do anúncio dos resultados eleitorais, a junta militar que governou o país desde a queda do regime de Hosni Mubarak aprovou emendas constitucionais polémicas. assumindo as funções do legislativo, a Junta enfraqueceu os poderes do presidente. Mursi destacou que nasce hoje um Estado forte com o seu povo, a sua história, as suas crenças e as suas instituições, em cujo coração está o Tribunal Constitucional.

antes do discurso do presidente e após o hino nacional, o presidente do Tribunal, Farouk Sultan, declarou: Mursi é o primeiro presidente eleito por vontade popular e democrática em eleições limpas. a cerimónia de posse começou com quase duas horas de atraso. O protocolo para o juramento do cargo gerou divergências entre os militares no poder e a Irmandade Muçulmana. a Junta considerava que Mursi deveria tomar posse na Corte Constitucional, mas os islamitas insistiam que fosse no Parlamento, oficialmente dissolvido, mas que para eles permanece legítimo. O presidente já havia desafiado o Exército, sexta-feira, ao prestar um juramento simbólico diante de milhares de pessoas na Praça Tahrir, a praça da liberdade e da revolução, como então afirmou. Mursi derrotou o último primeiro-ministro de Hosni Mubarak, ahmed Shafiq, na eleição presidencial de 16 e 17 de junho, com 51,73% dos votos.