a dois meses do golpe de estado de 12 de abril, o caminho da democracia é lento e frágil. Sob o controle da CEDaO, as tropas angolanas deixaram o país, nas últimas semanas, cedendo o lugar a uma força internacional africana
a dois meses do golpe de estado de 12 de abril, o caminho da democracia é lento e frágil. Sob o controle da CEDaO, as tropas angolanas deixaram o país, nas últimas semanas, cedendo o lugar a uma força internacional africana a vida decorre dentro de uma certa normalidade. as dificuldades e os problemas quotidianos são muitos, conta Matteo Ghiglione, um cooperante italiano em Bissau. O novo governo mudou todos os cargos públicos, o que está a criar problemas. a situação política e militar é ainda tensa. Os problemas não estão nada resolvidos. Há liberdade de movimentos, mas não são permitidas manifestações. Grupos de jovens fizeram várias tentativas para se reunirem, para protestarem contra o golpe de estado e os golpistas, mas os militares intervieram imediatamente para os impedir.

Os países da comunidade económica da África Ocidental (CEDaO) enviaram uma missão militar internacional para a Guiné. aquarteladas em vários locais, as tropas estrangeiras queixam-se das péssimas condições. Parece que não apreciaram os recursos de que dispõem e ainda falta perceber o papel que lhes está destinado. Quanto aos militares da Guiné Bissau, é difícil definir uma linha clara, assim como não se percebe como é que eles estejam a movimentar-se, até porque no seu interior parece que estejam divididos.

Por seu lado, a sociedade civil está a movimentar-se. Há iniciativas de grupos de jovens que começaram a encontrar-se e a organizar encontros de formação entre eles para acompanhar esta fase. Mas estas movimentações são complicadas, uma vez que existe a falta do direito de expressão, embora várias associações de jovens estejam a organizar-se. Há iniciativas que merecem ser acompanhadas, sobretudo aquelas que apoiam as escolas, a formação das mulheres. No meio de uma forte instabilidade política, o trabalho torna-se ainda mais difícil e corre o risco de se limitar apenas a ajuda e resolução de emergências. a cooperação terá de saber superar esta fase e situar-se na lógica do desenvolvimento.