Centenas de «atividades autogestionadas» promovem discussões e fazem propostas de justiça social e ambiental na Cúpula dos Povos no Rio+20. Um dos painéis teve como principal orador o teólogo e escritor Leonardo Boff
Centenas de «atividades autogestionadas» promovem discussões e fazem propostas de justiça social e ambiental na Cúpula dos Povos no Rio+20. Um dos painéis teve como principal orador o teólogo e escritor Leonardo Boff a humanidade encontra-se num momento crítico da sua história, numa época em que ela deve fazer uma escolha: ou fazer uma aliança global para cuidar da Terra e de uns e dos outros, ou então aceitar a nossa destruição e a destruição da diversidade da vida, afirmou o teólogo Leonardo Boff. Parece apocalíptico, mas os vários testemunhos vindos da ciência dão conta de que essa é a situação. Pesa sobre nós uma ameaça de que a grande maioria não se dá conta.

Em todos os documentos das Nações Unidas (ONU) sobre questões climáticas ou sobre biodiversidade, os líderes mundiais nunca se dão conta da gravidade das ameaças que pesam sobre a diversidade da vida. Segundo Leonardo Boff, estão mais preocupados em salvar os bancos, as finanças e os juros. E acrescenta: Quando se encontram, não se perguntam sobre o futuro da humanidade ou sobre o que fazer para salvar a nossa civilização. Seriam essas as questões fundamentais que dveriam ser dicutidas. E não temos muito tempo, pois podemos chegar atrasados. Desta vez não podemos errar, pois não teremos como corrigir o erro.
O teólogo observou ainda que a crise já não é deste ou daquele país ou região, mas é global. Significa que chegou a nossa vez. a Terra não precisa de nós, ela até vive melhor sem nós. Somos nós que precisamos dela. Estamos numa situação de guerra total. aceitamos o homicídio, aceitamos e lamentamos o etnocídio, e agora temos que nos confrontar com o ecocídio (matança dos ecossistemas). Eacrscenta: Se não estivermos atentos, cometeremos um geocídio (matança da vida da Terra). Para concluir: É um fenómeno novo. a Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Reconhece que os objetivos de proteção ecológica, erradicação da pobreza, desenvolvimento económico equitativo, respeito dos direitos humanos, democracia e paz são interdependentes e indivisíveis. Iniciativa da ONU, o projeto desenvolveu-se como uma iniciativa global da sociedade civil. Em 2000, a Comissão da Carta da Terra, uma entidade internacional independente, concluiu e divulgou o documento como a Carta dos Povos. Leonardo Boff chamar-lhe-ia Carta da Mãe Terra. a Cúpula dos Povos, evento da sociedade civil que se contrapõe a Rio+20, teve início a 15 de junho e estende-se até 23. Concentradas no aterro do Flamengo, as diversas atividades autogestionadas realizam-se em tendas, promovendo discussões e produzindo propostas que serão reunidas em grupos temáticos nos plenários. Segundo os organizadores, o objetivo é juntar debates para a assembleia dos Povos, espaço central da Cúpula, onde serão definidas as lutas, ações e práticas para o período após o Rio+20.