as igrejas católica e ortodoxa pedem ao crentes que mudem o seu estilo de vida e alterem os hábitos de consumo. a mudança, acreditam, irá gerar um novo modelo de cidadania

as igrejas católica e ortodoxa pedem ao crentes que mudem o seu estilo de vida e alterem os hábitos de consumo. a mudança, acreditam, irá gerar um novo modelo de cidadania
a crise que a Europa atravessa é muito grave e está a deixar os europeus inquietos quanto ao seu futuro, devido às consequências que estão a sofrer: desemprego, ausência de perspetivas e de esperança. a solução passa por um regresso à fé em Cristo, por uma mudança nos hábitos de consumo e pela promoção da ética na vida empresarial e económica. Esta é a conclusão a que chegaram os participantes no III Fórum Católico-Ortodoxo, que decorreu em Lisboa. Se os Europeus querem sair da crise – em solidariedade com o resto da humanidade -, eles devem perceber que têm de mudar o seu estilo de vida. Para o crente, trata-se de renovar uma relação pessoal com o Deus trinitário que é comunhão de amor, uma relação que vai muito além duma simples sabedoria ou duma convicção ética, refere a mensagem final do encontro, que foi presidido pelo cardeal Péter ErdÅ‘, presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e pelo Metropolita Gannadios de Sassima, do Patriarcado Ecuménico. No entender dos representantes dos católicos e ortodoxos, as ideologias materialistas e hedonistas levaram muitos europeus a desviar-se da relação com Deus e a acreditar que a felicidade se podia obter através da acumulação de bens. a finança separou-se da economia real e porque a economia se separou do controlo da vontade política, esta desligou-se da ética. Da crise económica, passou-se também a uma crise moral e cultural, e mais profundamente, a uma crise antropológica e espiritual. Para ultrapassar o problema, é urgente uma alteraçãode estilo, sobretudo por parte dos crentes e do cidadão comum. Se ele [europeu] compreender a necessidade vital de uma mudança em relação aos seus hábitos de consumo, os seus representantes nas instâncias parlamentares irão segui-lo, a indústria irá adaptar-se às suas novas escolhas, a educação irá ensinar um novo modelo de cidadania, mais sóbria e mais solidária para com os pobres. Enfim, o homem europeu terá a alegria de reavivar as suas raízes cristãs e de cultivar a dimensão espiritual do seu ser, a única capaz de preencher a sua procura de felicidade e de sentido, concluíram os religiosos.