a abertura de uma estrada que liga o Brasil ao Peru está a atrair centenas de Índios e garimpeiros, para uma corrida ao metal precioso. Nos acampamentos improvisados, cresce também a prostituição
a abertura de uma estrada que liga o Brasil ao Peru está a atrair centenas de Índios e garimpeiros, para uma corrida ao metal precioso. Nos acampamentos improvisados, cresce também a prostituição Construída para facilitar a circulação de mercadorias entre o Brasil e os portos peruanos do Pacífico, a recém-inaugurada estrada interoceânica está a abrir caminho a uma nova corrida ao ouro em território peruano. Os garimpeiros estão a construir acampamentos junto à estrada, no departamento Madre Dios, e os índios começam já a juntar-sea estascomunidades e a praticar a mineração, para contornar a falta de atenção do governo. as cidades de lona surgem a cerca de 250 quilómetros da fronteira com a Brasil, estendem-se por pelo menos 50 quilómetros e tornaram-se também um antro de prostituição. Segundo a BBC, durante o dia, quando os mineradores estão no garimpo, os acampamentos ficam vazios. Mas mesmo assim, pequenos bares, construídos em madeira e cobertos por lonas, tentam atrair clientes com prostitutas à entrada e música no máximo volume.como não há rede elétrica, a energia é assegurada por geradores a óleo diesel. Não é um lugar bonito, mas estou aqui pelo dinheiro, confessou uma jovem prostituta que não quis ser identificada. Nascida há 25 anos em Pucallpa, cidade com 270 mil habitantes a norte de Madre de Dios, mudou-se para o garimpo em 2009, a convite de uma prima. Segundo a polícia peruana, há cerca de 400 bordéis clandestinos à beira da interoceânica, onde centenas de menores atuam como prostitutas. algumas são oferecidas aos clientes numa espécie de promoção, em que a compra de uma garrafa de uísque lhes dá o direito de ter relações com as jovens em minúsculos quartos de plástico, de acordo com a polícia. a invasão de garimpeiros na região Madre de Dios levou as comunidades indígenas a juntar-se à corrida e a exigir o direito de explorar ouro nos seus territórios. ao ver que nossos territórios estavam sendo devastados por outros, pedimos ao governo que, como donos da floresta, pudéssemos aproveitar os recursos minerais por nossa conta, disse Jaime Corisepa, presidente da Federação Nativa do rio Madre de Dios e afluentes. O Estado nunca investiu e nunca vai investir na nossa saúde, na educação dos nossos filhos, então temos que ganhar dinheiro para investir, adiantou.