a condenação do ex-presidente da Libéria a 50 anos de prisão, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, foi comemorada na Serra Leoa. Mas esta pena não apaga os danos morais e psicológicos provocados nas vítimas
a condenação do ex-presidente da Libéria a 50 anos de prisão, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, foi comemorada na Serra Leoa. Mas esta pena não apaga os danos morais e psicológicos provocados nas vítimas É um sinal de que os homens se lembram que têm que pagar pelos pecados, mas não é certamente a verdadeira justiça, que deixamos à Misericórdia de Deus, sustenta o padre Gerardo Caglioni, missionário xaveriano a trabalhar na Serra Leoa, reagindo à pena de 50 anos de prisão, aplicada pelo Tribunal Penal Internacional de Haia ao ex-presidente liberiano Charles Taylor. a Justiça deu como provado que o ex-governante forneceu ajuda material, assistência e apoio moral aos rebeldes. O mal que Taylor fez é irreparável. Basta pensar nos milhares e milhares de pessoas obrigadas a transferirem-se de uma nação para outra, com traumas com os quais ainda convivem as crianças-soldado e a restante população, pelos abusos sexuais e as violências impensáveis, físicas e morais, que não poderão ser reparadas pelos homens, adiantou o missionário à agência Fides. Em concreto, Caglioni recorda o caso de um menino diante do qual os guerrilheiros da RUF queimaram vivos os pais na cabana, cortaram suas orelhas e, antes de matar sua mãe, pediram que a violentasse. agora, aquele jovem ficou sozinho, sem família, com problemas psíquicos que ninguém será capaz de curar. Perante milhares de casos como esse, não são os 50 anos de prisão que podem oferecer uma concreta esperança a essas pessoas. Penso, portanto, que a humanidade deveria restituir uma pedaço de vida às vítimas de Taylor, dando-lhes uma possibilidade de recomeçar de maneira diferente, reclama o sacerdote.