Em plena guerra de Moçambique, um grupo de guerrilheiros entrou na aldeia de Nipepe para sequestrar os moradores. apavorada, a população refugiou-se numa igreja na esperança de se livrar do ataque
Em plena guerra de Moçambique, um grupo de guerrilheiros entrou na aldeia de Nipepe para sequestrar os moradores. apavorada, a população refugiou-se numa igreja na esperança de se livrar do ataqueNo auge da guerra em Moçambique, os guerrilheiros entraram na aldeia de Nipepe, na província do Niassa com a finalidade de levarem toda a gente. a população apavorada refugiou-se na Igreja da Missão católica dedicada a São João de Brito, na esperança de se livrar de tão grande desgraça. Eram cerca de duas centenas de pessoas. Sob a orientação do pároco, o padre Giuseppe Frizzi, missionário da Consolata, procuraram organizar-se minimamente. Retiraram de lá o Santíssimo Sacramento, prepararam uma capela lateral de modo a servir de latrina para os homens e outra para as mulheres. O padre procurou serenar os ânimos e dar-lhes confiança, recomendando que rezassem à Serva de Deus, Irmã Irene Stéfani, missionária da Consolata, falecida no Quénia aos 39 anos, com fama de santidade. Esta Irmã já era conhecida do povo, pois tanto as missionárias como os missionários da Consolata tinham falado dela. Estando tudo já mais ou menos sossegado, o padre saiu da Igreja e começou a dialogar com os guerrilheiros fazendo de intermediário entre eles e o povo. Entrava e saía da Igreja sem, contudo, se aperceber do que se estava a passar lá dentro. as conversações foram difíceis e demoradas. Só ao fim de dois dias é que os guerrilheiros decidiram retirar-se não levando ninguém. Este facto, só por si, já seria um autêntico milagre, mas havia algo mais surpreendente. Quando o padre entrou na Igreja, reparou que à volta da pia batismal o chão estava todo molhado e enlameado. Surpreendido, perguntou o que era aquilo. Foi então que ficou a saber que durante aquele tempo todo, as pessoas não tendo nada para beber, começaram a beber da água que estava na pia e a água nunca se esgotou. E mais. Nasceu lá uma criança e foi lavada com aquela água, que ficou sempre na mesma. O facto não ficou em silêncio. Da Santa Sé foram enviadas delegações de peritos, uns para recolher depoimentos das pessoas que viveram esta experiência, outros para verificar se a água não poderia entrar na pia por qualquer lado e outros, ainda, para confirmar a veracidade dos depoimentos.