“ao chegar o dia de Pentecostes, apareceram aos apóstolos línguas de fogo que pousaram uma sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas”, lê-se na missa da festa do Espírito Santo, 50 dias depois da Páscoa
“ao chegar o dia de Pentecostes, apareceram aos apóstolos línguas de fogo que pousaram uma sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas”, lê-se na missa da festa do Espírito Santo, 50 dias depois da Páscoa a narração da multiplicidade das línguas faladas pelos apóstolos é rica de significado e de alta importância para todos nós que vivemos no tempo presente. Todos nós ouvimos continuamente falar muitas línguas. É um facto que nós conhecemos bem e experimentamos. Não me refiro só às línguas dos povos e das nações. Falo da multiplicidade de explicações que nos são continuamente dadas acerca da nossa vida. Vivemos num burburinho proveniente de engenhos de comunicação e de inúmeros indivíduos. Muitos deles, em discordância uns com os outros, pretendem dizer-nos como viver a nossa vida. Nem sempre é fácil conciliar em nós todas estas sugestões, bastas vezes hipnotizantes. O ideal seria que, como no dia de Pentecostes, todas estas expressões se concentrassem numa só ideia que o Espírito do Senhor quer infundir em todos aqueles que acolhem o murmúrio de caridade que ele produz em todos os corações.
No sentido espiritual de Pentecostes, que celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, também é verdade que se falam tantas línguas que exprimem ou deveriam exprimir a mesma realidade. Exemplificando: os pais dizem muitas coisas, por palavras e exemplos, aos seus filhos, que apontam todas para o ensinamento duma vida integrada no amor de Deus e do próximo. Num hospital, enfermeiras e médicos falam e trabalham todos para o mesmo bem, o bem do doente. Catequistas ensinam muitas verdades aos seus alunos, mas tudo é para implantar e desenvolver nos seus corações o respeito e o amor a Cristo que eles depois derramarão sobre todos os que encontrarem na sua vida. De muitas maneiras, devem os políticos definir uma única lei: a do bem do povo que os colocou nos pódios da direção.

Tudo isto se pode comparar a uma orquestra em que, uma grande variedade de instrumentos e de notas musicais devem expressar a beleza dum único trecho musical. No Pentecostes, um único Espírito de Deus ensina ao mundo as verdades que têm a força de unificar a família humana afastando-a dos egoísmos que separam indivíduos e nações em vez de as unirem. É uma festa cheia de valores otimistas para nós. Um pedido a fazer neste dia: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis. E peçamos a Deus que nos dê a força de nos empenharmos em manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz (Efésios 4,3).