O primeiro ano de governo da presidente do Brasil foi uma «desilusão» em termos de direitos humanos, considera a amnistia Internacional, realçando o aumento da violência nas zonas rurais
O primeiro ano de governo da presidente do Brasil foi uma «desilusão» em termos de direitos humanos, considera a amnistia Internacional, realçando o aumento da violência nas zonas rurais as tensões nas área rurais e a deslocação de comunidades pobres para dar lugar às obras do Campeonato Mundial de Futebol e das Olimpíadas contribuíram de forma significativa para a nota negativa atribuída à sucessora de Lula da Silva. apesar de alguns avanços, como a instalação da Comissão da Verdade e as iniciativas de combate à pobreza, o especialista da amnistia, Tim Cahill, explicou à BBC que o governo brasileiro deixou muito a desejar em diversas frentes relacionadas com a proteção dos direitos humanos. a violência no campo, por exemplo, sempre foi ligada a certos latifundiários e à ação de grupos ilegais. No último ano, não só esses problemas persistiram, como tivemos um aumento num novo tipo de ameaças, associadas ao modelo de desenvolvimento económico voltado para o crescimento, que é favorecido pelo governo, adiantou o responsável. O relatório menciona ainda a luta das comunidades indígenas para paralisar o projeto da barragem de Belo Monte, no Pará, e critica a reação brasileira à decisão da Comissão Inter-americana de Direitos Humanos, que pediu um adiamento do licenciamento da obra em abril do ano passado. Outro exemplo nessa linha é o aumento sem muito controle das plantações de cana para a produção de etanol, muitas vezes financiado por bancos estatais brasileiros, referiu Cahill, acrescentando: Tal expansão está ligada a um aumento dos problemas de acesso a terra e, em alguns casos, exploração excessiva do trabalhador rural. No plano internacional, a amnistia diz que sua maior deceção está relacionada com Síria. Em outubro do ano passado, o Brasil absteve-se, no Conselho de Segurança da ONU, na votação do projeto de resolução condenando o regime sírio pela repressão à oposição.