Organizações de defesa dos direitos humanos acusam o exército birmanês de cometer atrocidades, sobretudo contra as minorias étnicas
Organizações de defesa dos direitos humanos acusam o exército birmanês de cometer atrocidades, sobretudo contra as minorias étnicas O trágico episódio ocorreu no início de maio, mas só agora chegou ao conhecimento das autoridades e foi divulgado pela organização Christian Solidarity Worldwide (CSW). Uma mulher de 48 anos, da etnia Kachin, foi violada e torturada por militares birmaneses, numa igreja, na fronteira entre Mianmar e a China, revelou esta terça-feira a agência Fides. a vítima ficou sozinha numa pequena vila, abandonada por todos os outros habitantes, porque se encontra no meio de uma área de combate entre o exército kachin e as tropas regulares birmanesas. Sem companhia, a mulher refugiou-se numa igreja. Quando a encontraram, os militares do exército abusaram dela durante três dias. agrediram-na, feriram-na com facas e violaram-na. Foi levada para o hospital em estado de choque. a CSW, que nos meses passados visitou o norte de Mianmar, documentou diversos casos de abusos cometidos por militares contra mulheres de minorias étnicas. Em especial, o caso de Sumlut Roi Ji, uma mulher kachin violada e desaparecida, que foi levado à Corte Suprema em Naypidaw, nova capital do país. O Tribunal, no entanto, rejeitou todas as acusações contra o exército birmanês. as organizações não governamentais e grupos que defendem os direitos humanos continuam a alertar para os crimes perpetrados pelo exército birmanês contra as minorias étnicas, em particular sobre os kachin. Se o processo de reforma iniciado pelo presidente Thein Sein é autêntico, o exército deve parar de cometer violência contra civis, exigiu a CSW.