O ativista chinês Chen Guangcheng partiu esta manhã, 19 de maio, com a família, de Pequim para Nova York. Passadas quatro semanas depois de fugir da prisão domiciliar, foram ultrapassados os atritos diplomáticos entre as duas superpotências do mundo
O ativista chinês Chen Guangcheng partiu esta manhã, 19 de maio, com a família, de Pequim para Nova York. Passadas quatro semanas depois de fugir da prisão domiciliar, foram ultrapassados os atritos diplomáticos entre as duas superpotências do mundoacompanhado pela esposa Yuan Weijing e os dois filhos, o dissidente chinês, que é advogado, voou para os Estados Unidos da américa, num voo da United airlines às 17,47 horas, isto é, às 10,47 de Lisboa, com cerca de quatro horas de atraso do horário previsto. Podemos confirmar que Chen Guangcheng, sua esposa e os dois filhos viajam para os Estados Unidos, para poder continuar a estudar numa universidade americana, informou em comunicado a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, pouco depois da partida. Expressamos a nossa satisfação pela forma como conseguimos solucionar esta questão e apoiamos o desejo de Chen de estudar nos Estados Unidos. antes da viagem, Chen passou algumas horas no aeroporto à espera de passaporte e do voo. antes, já o jornal South China Morning Post tinha divulgado uma declaração por telefone do ativista: Estou no aeroporto. Não tenho passaporte. Não sei quando sairei. acho que vou para Nova York. a líder da organização não governamental, Chinaaid, Bob Fu, numa nota, declarara-se satisfeita: Chinaaid e a família de Chen estão profundamente agradecidos pela ajuda incansável da comunidade internacional, incluindo os esforços da embaixada dos Estados Unidos e do Congresso americano. Na noite de 21 de abril, Chen escapara da prisão domiciliar em que vivia há ano e meio, em Nanquim. ajudado por amigos ativistas, chegou a Pequim, onde se refugiou, durante seis dias, na embaixada dos EUa.como é invisual, chegou a tropeçar e cair mais de 200 vezes durante a fuga, partindo uma perna. Estão a tratar da minha perna, por isso não posso sair da cama. Mas o problema está basicamente controlado, declarou o ativista há semanas, do quarto onde estava internado no hospital de Chaoyang.
O confronto entre Chen e o regime chinês começou em 2005, quando o advogado divulgou e criticou os programas de aborto e esterilizações forçadas praticados pelas autoridades chinesas contra camponeses da sua província. as medidas inseriam-se no âmbito da política de filho único, em vigor no país. apesar da libertação de Chen, o seu irmão mais velho, Chen Guangfu, e o seu sobrinho, Chen Kegui, continuam presos e a sofrer represálias por causa da sua fuga. a organização de direitos humanos China Human Rights Defenders denunciou, esta semana, que Chen Guangfu foi submetido a tortura após ter sido detido na noite em que o seu irmão fugiu da prisão domiciliar. Mesmo após a partida de Chen Guangcheng, a sorte do irmão e sobrinho continuam incerta e os advogados não tiveram ainda autorização para os visitar.