Jovem voluntária esteve três meses em Moçambique, numa zona com elevado í­ndice de pessoas infetadas com o ví­rus da Sida. No regresso, confessou à Fátima Missionária que a vontade de ajudar o próximo é ainda maior

Jovem voluntária esteve três meses em Moçambique, numa zona com elevado í­ndice de pessoas infetadas com o ví­rus da Sida. No regresso, confessou à Fátima Missionária que a vontade de ajudar o próximo é ainda maior
Formada em Ciências Farmacêuticas, Carolina Coelho, 23 anos, natural de Santarém, quis fazer uma experiência de missão, antes de entrar no mercado de trabalho. Entrou num projeto do grupo de leigos que nasceu no seio da Congregação Portuguesa das Irmãs Concecionistas ao Serviço dos Pobres e partiu para Manjacaze, na Província de Gaza. Já em Portugal, diz-se feliz com a aventura e recomenda-a a todos os jovens Fátima Missionária – Terminada a missão, com que recordações regressou a Portugal? Carolina Coelho – as recordações são muitas e sinto que parte de mim ficou e ficará sempre lá. Relembro com muito carinho cada sorriso, cada abraço, cada partilha com aquele povo. Todas as conquistas, perdas e recomeços tornaram a minha missão inesquecível. Sinto que os momentos mais duros e de sofrimento foram também importantes e únicos nesta minha caminhada. Mas o que relembro com maior saudade, são os abraços, oter ao colo os meus meninos do centro nutricional, o passear na rua e ouvir ao longe uma criança gritar Mana Carolina, correndo para me abraçar. Não se consegue explicar a magia daquela terra, daquela gente, apenas sei que nos marca para sempre! – O que vai mudar na sua forma de estar e pensar após esta aventura missionária? – Todos os dias de missão foram uma constante aprendizagem e permitiram-me alargar horizontes e descobrir que há algo mais para além deste nosso mundo – de casa, trabalho -, que há algo maior que me completa verdadeiramente e me faz sentir realmente útil. Uma experiência como esta faz-nos repensar em muita coisa, nos nossos valores, no valor da vida, sobretudo no que é realmente essencial.como uma das irmãs com que quem partilhei a minha missão dizia: Uma vida inteira ao serviço é um encanto de vida. E é assim que quero continuar a viver, colocando-me ao serviço com alegria. – Recomenda o voluntariado missionário aos jovens? – Recomendo vivamente a todos os jovens esta experiência! São vivências únicas que alargam os nossos horizontes e que nos mostram que há outros mundos e outras verdades para além da nossa. Mas penso que o voluntariado missionário começa em casa, na nossa rua, nas nossas cidades, com quem está à nossa volta. E quando houver a oportunidade de se expandir ao mundo procurar fazê-lo, não tendo fronteiras. É uma experiência única, sem igual. – Que argumento usaria para demonstrar a alguém mais cético a importância deste tipo de missões? – Talvez o dever que todos temos de pôr as nossas vocações e talentos ao serviço dos que pouco ou nada têm. Das coisas que mais me marcaram e me feriam era ver pessoas sem nada, perceber realmente o que é o nada, vivendo eu com todas as comodidades. aí percebi que não podia ficar parada a pensar. Se tinha estas oportunidades deveria pô-las ao serviço de quem as não tem. Não apenas em África mas começando por quem está ao nosso lado. E o sentimento que se experimenta quando saímos de nós para ir ao encontro do outro é sem igual. ao servir com alegria, tudo ganha outro sentido!