Uma homilia rica de beleza e arte, a partir da simbologia do corpo, na celebração de 13 de maio, no 95º aniversário das aparições de Nossa Senhora, a que presidiu Gianfranco Ravasi, o cardeal que em jovem já estivera em FátimaUma homilia rica de beleza e arte, a partir da simbologia do corpo, na celebração de 13 de maio, no 95º aniversário das aparições de Nossa Senhora, a que presidiu Gianfranco Ravasi, o cardeal que em jovem já estivera em FátimaSímbolo e fio condutor da mensagem anunciada aos mais de 300 mil peregrinos presentes na Cova da Iria, a imagem paulina do corpo é expressiva e abrangente. Qual organismo biológico, o corpo é também a sede da alma, da consciência e da mente. Na dimensão do agir, o corpo é via para comunicar a alegria e o amor, mas também a dor e o ódio. Num tempo de corpos sem alma é imperioso parar um pouco para permitir às nossas almas atingir-nos, disseram os índios brasileiros ao escritor alemão Michael Ende.
Mente, olhos e mãos são instrumentos do corpo para superar as limitações, afirmar a dignidade da pessoa humana, em busca da felicidade, construir um mundo diferente, tantas vezes, porém, por caminhos de excessos, atraídos por uma certa cultura contemporânea que é fluida, inconsistente, semelhante a uma neblina que não conhece pontos firmes morais e luzes de verdade. Às mãos é atribuído o fazer. Não devemos ter medo de sujar as mãos, ajudando os miseráveis da terra. Mãos limpas de nada servem, se as temos no bolso. No dizer de Thomas Merton, a vida pode escorrer das mãos como areia árida ou como semente fecunda de obras justas.
Corpo, mente, olhos e mãos símbolos que estão em nós. a sua missão é falar em nós próprios, orientar a nossa vida sob o olhar de Maria e do seu Filho Jesus. Símbolos que nos aproximam, nos unem na mesma fé e na comunhão de afetos para além das distâncias e das dificuldades das línguas. Uma homilia que é uma peça maravilhosa, densa de teologia e de desafio de prática cristã.
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